Bolsonaro apela ao STF por anistia e nega planejamento de golpe em 2022

O ex-presidente elogiou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por sua postura em relação ao indiciamento do deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS)

Por Plox

28/11/2024 22h11 - Atualizado há 5 dias

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reiterou um apelo pela concessão de anistia nesta quinta-feira (28), negando envolvimento em uma suposta trama golpista investigada pela Polícia Federal (PF) e detalhando discussões realizadas com militares após o segundo turno das eleições de 2022. Ele também fez críticas ao relatório final da PF, chamando-o de "peça de ficção".

Foto: reprodução

Comparação com a lei de anistia de 1979

Em entrevista à revista Oeste, Bolsonaro defendeu que a anistia aos envolvidos em atos antidemocráticos, como os ataques de 8 de janeiro, seria essencial para a pacificação do país. Ele comparou o contexto atual ao período que levou à Lei de Anistia de 1979, promulgada no final da ditadura militar. “Naquela época, foram anistiados sequestradores, assaltantes e outras pessoas que cometeram excessos. Isso pacificou. Agora, se houvesse uma palavra do Lula ou do Alexandre de Moraes sobre anistia, o problema estaria resolvido”, afirmou.

Bolsonaro também apelou diretamente ao Supremo Tribunal Federal (STF): “Por favor, repensem. Vamos partir para uma anistia. Vai ser pacificado.”

 

Discussões com militares após multa de Moraes

O ex-presidente revelou que conversou com os comandantes das Forças Armadas sobre cenários como a decretação de estado de sítio, estado de defesa e o uso do artigo 142 da Constituição, após o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, multar o PL em R$ 22 milhões por questionar o resultado das urnas eletrônicas. “Discuti essas hipóteses com os comandantes. Não foi uma discussão acalorada, mas sim conversas formais sobre alternativas dentro das quatro linhas da Constituição.”

Ele admitiu que, diante das sanções e da falta de perspectivas de reverter o resultado eleitoral, concluiu que não havia caminhos viáveis: “Rapidamente vimos que não tinha sucesso. Esquece, abandona.”

Críticas ao relatório da PF e comparações internacionais

Bolsonaro classificou o relatório da PF como uma tentativa de tirá-lo da política e comparou sua situação à de opositores políticos em regimes autoritários como Venezuela, Nicarágua e Bolívia. “Querem arrumar uma maneira de me tirar de combate. Alguns acham até que não basta me tornar inelegível ou me condenar; querem me executar politicamente.”

Elogios a Arthur Lira e defesa da imunidade parlamentar

O ex-presidente elogiou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por sua postura em relação ao indiciamento do deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS). Ele destacou a necessidade de fortalecer a Câmara, criticando o que considera uma omissão do Senado sob o comando de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

“Eu disse aos deputados da minha rede que, nos meus tempos de parlamentar, estaria elogiando o Arthur Lira. Ele tem demonstrado que a Câmara pode ser um contrapeso importante.”

Bolsonaro também defendeu a imunidade parlamentar, argumentando que deputados e senadores têm o direito de expressar suas opiniões sem medo de sanções.

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