Morte em hidrolipo expõe histórico de erros médicos de cirurgião em SP

Josias Caetano dos Santos já responde a mais de 20 processos; clínica interditada operava sem licença sanitária

Por Plox

28/11/2024 08h03 - Atualizado há 6 meses

O cirurgião plástico Josias Caetano dos Santos, envolvido no caso da morte de Paloma Lopes, de 31 anos, durante um procedimento de hidrolipo na zona leste de São Paulo, enfrenta graves acusações. Com pelo menos 22 processos na Justiça paulista por erros médicos, ele tem um histórico de denúncias que incluem casos de mutilações e cicatrizes permanentes em mulheres. A maior parte dessas ocorrências foi registrada entre 2018 e 2021.

Foto: Divulgação

Clínica interditada por irregularidades

Na quarta-feira (27), a clínica Maná Day, onde Paloma faleceu após apresentar complicações no procedimento, foi autuada e interditada pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde da Prefeitura de São Paulo. O órgão identificou que a clínica operava de maneira irregular, sem a licença sanitária exigida para realizar procedimentos invasivos, como lipoaspirações. A interdição expõe o funcionamento precário de estabelecimentos que realizam cirurgias complexas sem infraestrutura e licenciamento adequado.

Processos e perícias judiciais em andamento

Os processos contra Josias Caetano dos Santos seguem na fase de perícia judicial na Justiça de São Paulo. As audiências estão previstas para 2025 e ocorrerão no Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo, com o objetivo de comprovar os danos causados pelos procedimentos realizados pelo médico. O advogado das vítimas, José Beraldo, afirma que diversas denúncias foram encaminhadas ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), mas a maioria acabou arquivada.

Nota do Cremesp destaca riscos de banalização de cirurgias plásticas

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo emitiu um comunicado reforçando sua preocupação com o caso. A nota enfatiza que lipoaspirações, apesar de geralmente seguras quando realizadas em condições apropriadas, são procedimentos que demandam infraestrutura adequada, conhecimento técnico e o cumprimento rigoroso de normas éticas e médicas.

"A banalização de qualquer procedimento cirúrgico, por menor que ele possa parecer, é inaceitável. A decisão de realizar uma cirurgia plástica se inicia na escolha do profissional e deve ser feita de forma consciente e sólida", ressaltou o Cremesp, que também reafirmou seu compromisso com a ética e segurança dos pacientes.

Resposta do médico ainda pendente

A defesa de Josias Caetano dos Santos foi procurada para se pronunciar sobre os casos, mas não retornou até o momento. O espaço permanece aberto para sua manifestação.

Destaques