Saúde

Apneia do sono afeta até 35% dos brasileiros e compromete a qualidade de vida

Distúrbio respiratório noturno, marcado por roncos, engasgos e pausas na respiração, está ligado a sonolência diurna, irritabilidade e graves complicações cardiovasculares, exigindo diagnóstico por polissonografia e tratamento especializado.

28/11/2025 às 09:17 por Redação Plox

A apneia do sono é hoje um dos principais inimigos da qualidade do descanso noturno. Segundo o Ministério da Saúde, entre 30% e 35% da população brasileira sofre de apneia obstrutiva do sono, tornando o distúrbio o segundo problema mais comum que prejudica o sono, atrás apenas da insônia.

A doença pode representar riscos à saúde ao longo do tempo

A doença pode representar riscos à saúde ao longo do tempo

Foto: Reprodução / Agência Brasil.


O distúrbio é caracterizado por breves e repetidas interrupções da respiração durante o sono, o que leva ao aparecimento do ronco. Nem toda pessoa que ronca tem apneia, mas quem tem apneia obrigatoriamente ronca.

No caso da apneia, o ronco costuma ser entrecortado por engasgos, muitas vezes imperceptíveis para quem está dormindo, mas bastante incômodos para quem divide o ambiente.


Essas pausas na entrada de ar podem reduzir a concentração de oxigênio no sangue e impedir um sono profundo e reparador, comprometendo a qualidade de vida e abrindo caminho para outros problemas de saúde.

Sintomas mais comuns da apneia do sono

Entre os sinais de alerta que podem indicar apneia do sono estão:

• Ronco;

• Sonolência excessiva durante o dia;

• Despertar ofegante ou com sensação de sufocamento;

• Dor ou desconforto no peito;

• Dor de cabeça ao acordar;

• Boca seca ou dor de garganta pela manhã;

• Dificuldade de concentração e raciocínio;

• Irritabilidade.

Consequências para a saúde

A apneia do sono não é apenas um incômodo noturno. Quando não tratada, pode desencadear uma série de problemas, sobretudo cardiovasculares, como:

• Doenças cardiovasculares;

• Hipertensão;

• Aumento do tamanho do coração;

• Insuficiência cardíaca e arritmias;

• Aterosclerose;

• Infarto;

• Derrame cerebral.

Pelo conjunto de riscos associados, a apneia do sono é muito mais séria do que costuma parecer à primeira vista.

Principais fatores de risco

Diversos fatores podem provocar obstruções na via aérea e dificultar a passagem do ar durante o sono. Entre eles, estão:

• Relaxamento excessivo dos músculos da garganta e da língua ao dormir;

• Língua, úvula, amígdalas ou adenoides muito grandes;

• Queixo pequeno;

• Pescoço com grande circunferência;

• Deformidades craniofaciais;

• Obesidade;

• Doenças do coração;

• Hipertensão arterial.

Diagnóstico: o papel da polissonografia

Para confirmar o diagnóstico de apneia do sono, o exame indicado é a polissonografia, um monitoramento do sono feito com aparelhos eletrônicos, sob supervisão de um profissional habilitado. Por meio dele, é possível registrar a quantidade de episódios de apneia ao longo da noite e avaliar a gravidade do distúrbio.

Opções de tratamento

De acordo com profissionais de saúde do Hospital Albert Einstein, há diferentes abordagens terapêuticas, que variam conforme o grau da apneia e o perfil do paciente.

Tratamento conservador – Baseia-se em medidas de higiene do sono e emagrecimento. Atitudes simples, como evitar bebidas alcoólicas e determinadas drogas (como benzodiazepínicos, barbitúricos e narcóticos) e dormir preferencialmente de lado, podem trazer melhora importante em muitos casos.


Fonoterapia – Envolve exercícios específicos, supervisionados por fonoaudióloga especializada em Medicina do Sono, com o objetivo de fortalecer a musculatura da via aérea superior e reduzir a obstrução.

CPAP – Considerado o padrão-ouro no tratamento da apneia do sono, o CPAP é um pequeno compressor de ar silencioso e de alta tecnologia. Ele gera um fluxo contínuo de ar que é conduzido por um tubo flexível até uma máscara nasal ou nasobucal, ajustada confortavelmente ao rosto, mantendo as vias aéreas abertas durante o sono.

Como prevenir a apneia do sono

Adotar um estilo de vida saudável é uma das formas mais eficazes de prevenção. Isso inclui alimentação balanceada, prática regular de atividade física, controle do peso, além de evitar o cigarro e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, especialmente nas horas que antecedem o sono.


Caso, mesmo com esses cuidados, o problema persista e prejudique o descanso noturno, o recomendado é buscar acompanhamento com especialistas para avaliação e tratamento adequados.

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