O empresário Wellington Nascimento Salomão foi preso em flagrante nessa terça-feira (25), suspeito de lavar dinheiro do tráfico de drogas por meio de três restaurantes no litoral sul de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, ele utilizava os estabelecimentos para movimentar valores ligados a uma organização criminosa que atua na região.

De acordo com as investigações, a corporação identificou uma célula dedicada à lavagem de dinheiro do tráfico ligado à Comunidade Vila dos Pescadores, em Cubatão. O esquema, segundo a polícia, funcionava por meio de restaurantes instalados em Praia Grande, usados para dar aparência de legalidade aos recursos obtidos com a venda de drogas.

Suspeito buscava dinheiro em comunidade e levava para restaurantes

Wellington é apontado como dono dos três restaurantes e como parte ativa no fluxo financeiro do grupo. A Polícia Civil afirma que ele ia periodicamente à Comunidade Vila dos Pescadores para recolher o dinheiro do tráfico, utilizando um carro modelo Polo. Após meses de monitoramento, os investigadores abordaram o veículo e encontraram uma sacola com R$ 114 mil em espécie.

Ao consultar os sistemas, os policiais constataram que já havia um mandado de busca e apreensão contra o suspeito. No fim da tarde do mesmo dia, equipes foram até o endereço de Wellington, onde localizaram munições, anotações e cadernos ligados à contabilidade de atividades ilícitas, além de três livros com temática alusiva ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Lista de apreensões com o empresário

Além da prisão em flagrante, policiais do Setor de Investigação da Delegacia de Polícia Sede de Cubatão apreenderam diversos itens relacionados ao caso. Entre eles:

— Dois carros, incluindo o Polo usado, segundo a investigação, na coleta do dinheiro do tráfico, e uma Montana.

— R$ 114 mil em espécie.

— Dois telefones celulares.

— Quatro correntes, um anel e um bracelete de metal dourado.

— Dois cadernos ou livros com anotações ligadas à contabilidade do tráfico de drogas e à lavagem de dinheiro.

— Três livros com temática relacionada ao PCC.

— 21 chips de telefone celular.

— Dois relógios.

— 55 gramas de haxixe, derivado da maconha.

— Um carregador com uma munição calibre .45.

— Oito munições calibre 28.5.

Evolução patrimonial levanta suspeitas

Durante a apuração, a polícia apontou que Wellington apresentou evolução patrimonial considerada desproporcional nos últimos quatro anos, período em que teria passado de funcionário a proprietário de três restaurantes de grande porte, sem que fosse identificado lastro econômico compatível.

As investigações seguem em curso, com pedidos de quebra de sigilos fiscal e bancário, entre outras medidas consideradas necessárias para rastrear a origem e o destino dos valores movimentados pelo grupo.

Wellington responde, até o momento, pelos crimes de associação para o tráfico, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores e posse ilegal de arma de fogo de uso restrito.