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Médico boliviano é investigado por homicídio após faltar a parto que terminou com morte de bebê no AM

Profissional responsável pelo plantão em Eirunepé não atendeu a chamadas e chegou ao hospital cerca de cinco horas após início do trabalho de parto; após depor, ele deixou o Amazonas e é alvo de pedido de prisão preventiva

28/11/2025 às 10:37 por Redação Plox

Um médico boliviano é acusado de homicídio qualificado após não comparecer ao parto de uma jovem de 18 anos em Eirunepé, no interior do Amazonas, no último sábado (22). A paciente aguardava atendimento na unidade hospitalar enquanto o profissional, identificado como Humberto Fuertes Estrada, era visto em um bar na cidade.

Médico é flagrado em bar enquanto gestante aguardava atendimento; bebê morreu durante o parto

Médico é flagrado em bar enquanto gestante aguardava atendimento; bebê morreu durante o parto

Foto: Reprodução)


De acordo com informações do g1, a gestante chegou ao hospital por volta das 4h. Responsável pelo plantão e de sobreaviso, o médico foi acionado pela equipe, mas não atendeu às ligações nem respondeu às mensagens dos profissionais de saúde. Ele só apareceu no hospital cerca de cinco horas depois.

O parto acabou sendo realizado, porém o bebê nasceu sem vida. Segundo a Polícia Civil, a demora no atendimento foi determinante para a morte da criança, o que embasa a suspeita de crime.

Médico foi flagrado em bar antes do plantão

Imagens de câmeras de segurança registraram o médico consumindo bebidas alcoólicas na noite de sexta-feira (21), véspera do plantão no hospital. As gravações mostram que ele estava no estabelecimento mesmo escalado para o atendimento na unidade de saúde.

O pai do bebê relatou que a adolescente percebeu sinais de que o médico havia ingerido álcool e se sentiu desconfortável com a postura dele durante o atendimento.

Ela comentou que estava incomodada com o cheiro de cerveja que vinha do doutor Humberto. Ele ficava repetindo frases como ‘quem está devendo a caixinha hoje’ e ‘quem vai pagar a caixinha’. Ela se sentiu desconfortável. Nós percebemos que ele chegou muito agitado, suando bastante, e enfermeiros também disseram que ele estava com cheiro de cerveja.

Pai da criança, em relato à imprensa

Fuga do município e suspeita de retorno à Bolívia

Após prestar depoimento na delegacia de Eirunepé, o médico deixou a cidade no dia seguinte. Documentos analisados pelos investigadores indicam que ele seguiu primeiro para o município de Envira e, depois, para o Acre.

Para a Polícia Civil, há indícios de que o profissional tenha cruzado a fronteira e retornado à Bolívia, seu país de origem. O delegado responsável pelo caso, Yezuz Pupo, apontou que a conduta de Humberto Fuertes Estrada após o episódio reforçou o pedido de prisão preventiva.

O pedido decorreu do fato de o investigado ter se deslocado sem comunicar ou justificar sua saída para o Acre. Isso foi interpretado como tentativa de frustrar a aplicação da lei penal, sobretudo por ele possuir dupla nacionalidade.

Delegado Yezuz Pupo

Polícia pedirá apoio da PF e Interpol

A Polícia Civil informou que vai solicitar apoio da Polícia Federal e da Interpol para localizar e prender o médico, caso seja confirmada sua saída do Brasil. As autoridades trabalham com a hipótese de evasão do investigado para evitar a responsabilização criminal.

O caso continua em investigação, com novas diligências sendo realizadas para reunir provas, esclarecer as circunstâncias do atendimento e responsabilizar o médico pela morte do bebê, caso a culpa dele seja comprovada.

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