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Empresa russa cria pombos ‘biodrones’ com chips para controle remoto de voo

Tecnologia da Neiry implanta eletrodos no cérebro de pombos para guiar movimentos, promete uso em monitoramento e vigilância com câmeras e IA, e pode ser adaptada para outras aves

28/11/2025 às 07:53 por Redação Plox

Uma empresa de tecnologia russa afirma ter desenvolvido pombos com chips implantados no cérebro capazes de permitir o controle remoto do voo das aves. A informação foi divulgada pela agência estatal RIA Novosti.


Imagem retrata o que aparenta ser um pombo controlado por um chip cerebral

Imagem retrata o que aparenta ser um pombo controlado por um chip cerebral

Foto: Neiry/Divulgação

Segundo comunicado reproduzido pela imprensa estatal, os chamados “biodrones” utilizam aves reais e foram criados pela empresa Neiry. De acordo com a companhia, um operador consegue orientar o trajeto do animal por meio de um chip que estimula áreas do cérebro ligadas ao movimento.

A RIA informou que os pombos se diferenciam pouco de aves comuns, com exceção de um fio que sai da cabeça e de um pequeno dispositivo preso às costas, além do chip cerebral implantado.

A empresa sustenta que esses animais podem ser empregados em monitoramento ambiental e industrial, além de operações de busca.

Implantes cerebrais e controle de voo

Informações publicadas pela própria Neiry indicam que o modelo biodrone PJN-1 utiliza pequenos eletrodos implantados no cérebro do pombo para auxiliar no direcionamento do movimento.

Esses eletrodos são conectados a um estimulador e a um controlador instalados em uma espécie de mochila presa às costas da ave. O sistema envia impulsos que influenciam o sentido do voo, permitindo, por exemplo, virar à direita ou à esquerda.

O equipamento é alimentado por painéis solares instalados nas costas do pombo, e a empresa afirma que, após a cirurgia, os animais levam uma vida normal.

Imagens de divulgação mostram o que seria um pombo equipado com o chip cerebral e o aparato preso ao corpo.

Monitoramento por câmera embarcada

De acordo com as informações divulgadas, as aves também podem carregar um sistema de filmagem integrado ao equipamento preso ao corpo, com a câmera posicionada abaixo do pescoço.

A empresa diz que essas câmeras funcionariam de forma semelhante aos sistemas de vigilância instalados em locais públicos na Rússia, com o auxílio de inteligência artificial para borrar rostos e dados pessoais. O uso, segundo a companhia, seguiria as normas de cada região onde os animais forem empregados.

A principal diferença entre um biodrone e um animal treinado está na ausência de necessidade de treinamento: após a implantação, qualquer animal se torna controlado à distância. Relatório da companhia, segundo a RIA

Possível uso com outras espécies

A Neiry informou que o sistema poderia ser adaptado para outras aves, como corvos, para transporte de cargas maiores, gaivotas, para monitoramento de áreas costeiras, e albatrozes, para atuação em regiões marítimas.

A companhia afirma ainda que o custo desses biodrones seria semelhante ao de drones convencionais da mesma categoria, porém com maior autonomia por se tratarem de animais vivos. O projeto, no entanto, ainda está em fase de testes.

A mesma empresa já apresentou outros projetos envolvendo animais, incluindo uma “rata inteligente” e a implantação de chips em vacas com o objetivo de aumentar a produção de leite.

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