PF conclui que Bolsonaro cometeu incitação ao crime por divulgar informações falsas sobre Covid
Instituição encaminhou relatório ao STF em inquérito que investiga a fala do presidente em "live"
Por Plox
28/12/2022 19h57 - Atualizado há quase 2 anos
Um relatório produzido pela Polícia Federal (PF) foi encaminhado para Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), no último dia 22. O documento afirma que o presidente Jair Bolsonaro (PL) cometeu crimes durante a pandemia de Covid-19.
“Pelas razões acima expostas, finalizamos a presente investigação criminal concluindo-se pela existência de elementos probatórios concretos suficientes de autoria e materialidade para se atestar que JAIR MESSIAS BOLSONARO e MAURO CESAR BARBOSA CID, em concurso de pessoas, cometeram os delitos de ‘provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto’, previsto do art. 41 da Lei de Contravenções Penais, bem como de ‘incitação ao crime’, previsto no art. 286 do Código Penal Brasileiro”, diz trecho do documento, assinado pela delegada Lorena Lima Nascimento.
O relatório produzido pela PF ainda diz que Bolsonaro foi convidado a depor, na pessoa do Adjunto do Advogado-Geral da União, Bruno Dantas, porém, preferiu exercer “seu direito constitucional de permanecer calado”.
Conforme a investigação, Bolsonaro teria insinuado que a vacinação contra a Covid-19 estaria relacionada à infecção pelo vírus HIV, que causa a doença conhecida como Aids.
Mesmo sem respaldo científico, Bolsonaro disse que os “totalmente vacinados contra a Covid-19″ estariam “desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida muito mais rápido que o previsto”.
A menção feita pelo presidente ocorreu em uma de suas tradicionais lives semanais realizada no dia 21 de outubro de 2021.