SUS oferece cirurgias de mudança de voz para pessoas trans
Esses procedimentos têm como objetivo adequar o tom vocal à identidade de gênero do paciente, ajudando a mitigar a disforia de gênero relacionada à voz
Por Plox
28/12/2024 12h01 - Atualizado há 5 meses
Procedimentos ajudam a adequar o tom de voz à identidade de gênero, com serviços disponíveis em algumas regiões do país.
O Sistema Único de Saúde (SUS) passou a oferecer cirurgias de redesignação vocal, como a feminização da voz, para pessoas trans. Em 2024, estados como Ceará e Bahia realizaram os primeiros procedimentos desse tipo pela rede pública, marcando um avanço na ampliação de serviços especializados para a população transgênero.

O que são as cirurgias de redesignação vocal
Esses procedimentos têm como objetivo adequar o tom vocal à identidade de gênero do paciente, ajudando a mitigar a disforia de gênero relacionada à voz. As principais técnicas utilizadas incluem:
- Glotoplastia: Indicada para mulheres trans, encurta as pregas vocais para produzir um tom mais agudo.
- Tireoplastia tipo 3: Indicada para homens trans, ajusta as cartilagens da laringe para tornar a voz mais grave.
Ambas as cirurgias exigem avaliação e acompanhamento prévio por profissionais de saúde, incluindo fonoaudiólogos, para garantir resultados satisfatórios e naturais.
Como acessar o serviço pelo SUS
O processo para acessar a cirurgia de redesignação vocal começa na atenção básica. O interessado deve:
- Procurar uma unidade de saúde do SUS.
- Solicitar encaminhamento a um ambulatório especializado.
- Passar por avaliação e acompanhamento fonoaudiológico.
- Realizar a cirurgia caso a terapia não alcance os resultados desejados.
Atualmente, o Brasil conta com 21 ambulatórios e hospitais habilitados para atender a população trans. No entanto, apenas cinco hospitais universitários realizam as cirurgias, o que limita o acesso devido à alta demanda.
Acompanhamento multidisciplinar
Além da cirurgia, o acompanhamento fonoaudiológico desempenha um papel crucial. A terapia auxilia na adaptação ao novo tom vocal e na integração dos padrões de fala com a identidade de gênero. Equipes multidisciplinares compostas por endocrinologistas, psicólogos, psiquiatras, otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos são fundamentais para garantir a qualidade do atendimento.