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Economia

Taxa das blusinhas reduz vendas de importados em 42% e fortalece varejo nacional

Tributação beneficia mercado interno e diminui competitividade de e-commerces estrangeiros

28/12/2024 às 13:34 por Redação Plox

Com a implementação da chamada "taxa das blusinhas", o comércio eletrônico de produtos importados no Brasil sofreu uma retração expressiva. Entre julho e agosto deste ano, houve uma queda de 42% nas vendas de produtos estrangeiros de baixo valor, consolidando um movimento que tem fortalecido o varejo local.

Foto: Pixabay

Impactos nas vendas e arrecadação
Antes da aplicação do imposto de 20% sobre remessas de até US$ 50, em julho, cerca de 19 milhões de encomendas foram registradas, totalizando R$ 1,812 bilhão em valor declarado. Em agosto, as compras despencaram para 11 milhões de remessas, representando R$ 902 milhões em valor aduaneiro. A tendência se manteve em setembro, com um volume semelhante de encomendas e um pequeno incremento de R$ 42 milhões na arrecadação de impostos.

Esses dados são do programa Remessa Conforme, em levantamento realizado pelo Santander, e indicam a perda de interesse dos consumidores brasileiros em produtos importados, especialmente de plataformas asiáticas.

Varejo nacional ganha espaço
Ruben Couto, head de varejo do Santander, destacou que o aumento dos tributos gerou uma redistribuição de mercado favorável às varejistas brasileiras. Entre os beneficiados estão marcas como Renner, C&A e Guararapes, que registraram crescimento nas vendas nominais no terceiro trimestre de 2024. A Renner, por exemplo, teve um aumento de 12% nas vendas, superando o crescimento geral do mercado de vestuário, que foi de 6%, segundo dados do IBGE.

Além disso, o especialista ressaltou que a tributação também incentivou o varejo nacional a investir em estratégias digitais e a competir mais diretamente no comércio eletrônico.

Diferença de preços diminui
Segundo Luiz Guanais, analista do BTG Pactual, a diferença de preços entre produtos nacionais e estrangeiros, que era de 25% a 30% no início de 2024, caiu para cerca de 10% após a aplicação da nova taxação. Essa mudança foi impulsionada tanto pelo aumento nos preços de importados quanto pela redução de preços de produtos locais, uma tentativa de atrair mais consumidores brasileiros.

Guanais acrescenta que outras medidas, como o possível aumento do ICMS para 20% sobre encomendas internacionais de até US$ 3.000, devem continuar reduzindo essa diferença de preços, embora a equidade total ainda esteja distante.

Novas regras de ICMS entram em vigor em abril
No início de dezembro, foi anunciado que os estados brasileiros elevarão a alíquota do ICMS sobre compras internacionais realizadas pelo Regime de Tributação Simplificado. Essa mudança, válida a partir de 1º de abril de 2025, impactará diretamente encomendas internacionais de até US$ 3.000, aumentando os custos para consumidores que utilizam plataformas estrangeiras.

Estados onde o ICMS é inferior a 20% precisarão submeter projetos de lei às assembleias legislativas locais para adequação à nova regra, conforme os princípios tributários de anterioridade e noventena.

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