Falência da Evergrande declarada pela China, abalando o mercado imobiliário do País

Gigante do setor, responsável por 25% do PIB chinês, enfrenta grave crise financeira

Por Plox

29/01/2024 09h11 - Atualizado há 9 meses

Hong Kong, 29 de Janeiro - O Alto Tribunal de Hong Kong ordenou a liquidação da Evergrande, uma das maiores incorporadoras imobiliárias da China, nesta segunda-feira. A juíza Linda Chan proferiu a decisão após a empresa falhar em apresentar um plano convincente de reestruturação. A medida marca um ponto crítico na crise imobiliária que aflige a nação asiática.[

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Liquidação da Evergrande

A Evergrande, com dívidas ultrapassando 300 bilhões de dólares, enfrenta um processo de liquidação que inclui a venda de seus ativos e a substituição de seus executivos. O processo foi desencadeado por um pedido do credor Top Shine Global em 2022. "Diante da óbvia ausência de avanços (...) considero apropriado que o tribunal emita uma ordem de liquidação contra a empresa", declarou a juíza Chan. Ela indicou Edward Middleton e Tiffany Wong, do escritório de advocacia Alvarez & Marsal, como liquidantes.

Shawn Sui, CEO da Evergrande, classificou a decisão como "lamentável". Em contrapartida, Jose-Antonio Maurellet, advogado da empresa, defendeu a proposta de reestruturação, negando acusações de má-fé.

 

 

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Impacto no Mercado Imobiliário

A crise imobiliária chinesa, representada pela situação da Evergrande, reflete o declínio de um setor que já contribuiu com 25% do PIB da China. O governo chinês, sob a liderança do presidente Xi Jinping, tem restringido o crédito para incorporadoras desde 2020, visando controlar o endividamento excessivo.

As ações da Evergrande despencaram 20% na Bolsa de Hong Kong, com a suspensão das negociações de seus títulos e da cotação de sua filial de veículos elétricos. Apesar disso, a decisão não gerou grandes turbulências nos mercados asiáticos em geral.

Perspectivas Futuras

Shane Oliver, analista da AMP, vê a decisão como um "novo passo" na crise imobiliária, que, segundo ele, "está longe de ser resolvida e permanece como um fardo para a economia chinesa". A situação da Evergrande é um reflexo dos desafios enfrentados pelo setor imobiliário no país, que continua a ser uma questão preocupante para a economia da China.

 

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