Gol revela dívida de mais de R$ 20 bilhões em relatório preliminar de 2023

A Gol Linhas Aéreas, em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (29), anunciou que encerrou o ano de 2023 com uma dívida aproximada de R$ 20,176 bilhões. A empresa, que se encontra em recuperação judicial, ressaltou que esses números são preliminares e ainda não foram submetidos à avaliação de auditores externos. Este anúncio impactou negativamente o mercado, resultando em uma queda inicial de 12,5% no valor das ações da empresa, que posteriormente se estabilizou em uma perda de 11,3% por volta das 13h15.

Contexto e Precauções para Investidores A Gol alertou os investidores sobre a natureza preliminar e não auditada desses dados financeiros, indicando a possibilidade de ajustes futuros. Além disso, a companhia aérea, cujo patrimônio líquido negativo atingiu R$ 23,35 bilhões, enfatizou a importância de não se basear exclusivamente nesses números para tomar decisões de investimento. Vale lembrar que toda empresa com ações em bolsa de valores deve legalmente ter suas contas auditadas por um órgão externo, garantindo a veracidade das informações divulgadas.

Detalhes do Pedido de Recuperação Judicial O processo de recuperação judicial da Gol foi noticiado após a empresa informar o Tribunal de Falências dos Estados Unidos, onde ajuizou o pedido na última quinta-feira (25). O diretor-executivo da Gol, Celso Ferrer, relatou que a dívida no terceiro trimestre de 2023 era de R$ 20,227 bilhões, um valor ligeiramente superior ao atual. Ferrer atribuiu a dívida principalmente à crise econômica causada pela pandemia da COVID-19 e a atrasos no recebimento de aeronaves. Curiosamente, Ferrer evitou usar o termo "recuperação judicial", preferindo referir-se ao processo como "chapter 11", uma estratégia legal utilizada por empresas de diversos países para se reorganizarem financeiramente.

Negociações Paralelas e Impactos Operacionais Paralelamente, a Gol está negociando um financiamento de aproximadamente R$ 4,6 bilhões (US$ 950 milhões) com investidores. O executivo também enfatizou que o processo de reestruturação financeira não afetará as operações de voo, os clientes, nem os funcionários da empresa. Celso Ferrer esclareceu: “O processo de chapter 11 é justamente para proteger a companhia de qualquer ação que possa ser tomada pelos arrendadores de aeronaves, com quem já vínhamos negociando”. As informações foram compartilhadas pela empresa em seu website para potenciais investidores e stakeholders.