PF intensifica investigações de espionagem na Abin e apreende equipamentos de ax-assessor de Ramagem

Operação vigilância aproximada realiza buscas em vários estados, incluindo endereços ligados a Carlos Bolsonaro

Por Plox

29/01/2024 14h38 - Atualizado há 9 meses

Na última segunda-feira (29), a Polícia Federal (PF) realizou uma série de operações em diferentes estados do Brasil, apreendendo dez celulares, três computadores, uma arma de fogo e um HD externo na residência de Giancarlo Gomes Rodrigues, em Salvador, Bahia. Rodrigues, militar e ex-assessor de Alexandre Ramagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), é um dos focos da operação Vigilância Aproximada, que investiga um suposto esquema de espionagem ilegal ocorrido durante a administração de Jair Bolsonaro na Abin.

 

Foto: Divulgação/PF

Esta etapa da operação também teve como alvo o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. As buscas foram realizadas na residência de Carlos no Rio, em seu gabinete na Câmara Municipal e em uma casa em Angra dos Reis, onde ele estava com seu pai e irmãos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

A Polícia Federal cumpriu nove mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, Brasília, Goiás e Bahia, com o intuito de "avançar no núcleo político" do suposto esquema ilegal de espionagem. Em nota, a PF destacou que o objetivo é identificar os principais destinatários e beneficiários das informações obtidas ilegalmente.

Esta operação é um desdobramento da operação Última Milha, iniciada em outubro de 2023. Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro e pré-candidato à Prefeitura do Rio, também foi um dos alvos das investigações. A PF aponta que a espionagem ocorreu durante a gestão de Ramagem na Abin, com o uso da ferramenta FirstMile para monitorar opositores do governo Bolsonaro, incluindo ministros do STF, políticos e jornalistas, sem autorização judicial.

Em entrevista à GloboNews, Ramagem chamou a operação de "salada de narrativas", alegando falta de provas concretas: “O que nós vemos é uma salada de narrativas, inclusive antigas e já superadas, para imputar negativamente, criminalmente no nome da gente sem conjunto probatório", declarou.

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