Riscos à saúde vinculados ao consumo de alimentos ultraprocessados
Estudo Revela Associação entre Dieta Rica em Ultraprocessados e Aumento de Problemas de Saúde, Incluindo Doenças Crônicas
Por Plox
29/02/2024 09h15 - Atualizado há 10 meses
O consumo frequente de alimentos ultraprocessados, como salgadinhos, bebidas açucaradas e fast-food, pode estar atrelado a um aumento significativo no risco de desenvolver 32 diferentes problemas de saúde. Uma pesquisa recentemente divulgada pela revista BMJ aponta para a conexão entre a ingestão desses produtos e condições graves como câncer, doenças cardíacas e pulmonares, distúrbios mentais, e até mortalidade precoce.
Impacto dos Ultraprocessados na Saúde
Os alimentos ultraprocessados, caracterizados por passarem por múltiplos processos industriais e conterem aditivos como corantes e emulsificantes, são criticados por serem nutricionalmente pobres, apesar de altamente palatáveis devido às grandes quantidades de açúcar, gordura e sal. A pesquisa analisou dados de quase 10 milhões de participantes e constatou uma associação consistente entre a alta ingestão desses produtos e um leque amplo de problemas de saúde.
Urgência por Ações de Saúde Pública
Os cientistas envolvidos no estudo enfatizam a necessidade urgente de ações de saúde pública voltadas para a redução do consumo desses alimentos. Além disso, ressaltam a importância de tornar os alimentos não processados ou minimamente processados mais acessíveis e econômicos, visando uma melhoria na saúde populacional.
Principais Descobertas
Entre os achados mais alarmantes, destaca-se o aumento de cerca de 50% no risco de morte relacionada a doenças cardiovasculares e um aumento significativo nas chances de desenvolver ansiedade e transtornos mentais comuns. Além disso, observou-se um incremento de 12% no risco de diabetes tipo 2, entre outras condições.
Consequências da Ingestão de Ultraprocessados
Especialistas como a endocrinologista Maria Edna de Melo e o cardiologista Ricardo Cals apontam para os mecanismos pelos quais os ultraprocessados podem prejudicar a saúde, incluindo inflamação crônica, desregulação da microbiota intestinal e aumento de riscos para diversas doenças crônicas. O oncologista Daniel Vargas também enfatiza o papel desses alimentos no aumento do risco de tumores.
Necessidade de Educação Nutricional e Melhorias na Rotulagem
A pesquisa sugere a implementação de políticas públicas, como uma convenção-quadro sobre ultraprocessados, similar à adotada para o controle do tabaco. Além disso, ressalta a importância da educação nutricional e da melhoria na rotulagem dos alimentos, facilitando a identificação de produtos ultraprocessados pelos consumidores.