Mais um militar fora do Planalto
Ministro demitido foi o segundo político vindo das Forças Armadas a estar à frente da ministério da Defesa, desde quando a pasta foi criada
Por Plox
29/03/2021 17h59 - Atualizado há quase 4 anos
Dois anos e três meses foi o tempo que Azevedo e Silva permaneceu como ministro da Defesa. As Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) fazem parte da pasta. Depois de ter abandonado o cargo, Fernando Azevedo e Silva publicou comunicado feito em nota oficial nesta segunda (29).
No tempo em que ele esteve na pasta, Bolsonaro tinha o costume de visitar a sede do ministério e deu prioridade de gastos na área. Foi aprovado no Planalto uma reformulação das carreiras dos militares, sendo bem-sucedida na negociação junto ao Congresso de regras diferentes para militares na reforma da Previdência.
Desde a criação do ministério, Azevedo e Silva conta como o segundo militar a ser ministro da Defesa desde quando a pasta foi criada, em 1999, no governo de Fernando Henrique Cardoso. O general Joaquim Silva e Luna foi o primeiro militar a exercer o cargo, sendo indicado por Michel Temer.
O tempo em que o ministro Azevedo e Silva esteve exercendo a função foi marcado por insinuações de Bolsonaro que davam a entender que havia rupturas institucionais.
Apesar disso, existia um consenso de que o ministro era discreto e tomava muito cuidado com as palavras. Ele mirava no equilíbrio: buscava manter a ligação do governo junto às Forças Armadas - uma vez que o presidente entregou pedaços da Esplanada e das estatais no poder de militares - com declarações oficiais que atenuavam o risco de politização.
Dos 22 ministros de Bolsonaro, oito são militares. O Planalto ainda não decidiu qual será a formação do ministro que substituirá Azevedo e Silva.