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    Péssimas condições da BR-381 afetam empresas no Vale do Aço

    Siderúrgicas sofrem com a logística e escoamento dos produtos. Cargas estão sendo desviadas em 1.500 km para serem levadas em um trajeto normal que seria de 300 km

    Por Plox

    29/03/2022 11h19 - Atualizado há quase 2 anos

    Um problema que agrava o faturamento e a logística das indústrias da região do Vale do Aço é a situação precária das rodovias BR-381 e BR-262. O escoamento das peças para os destinos finais estão tendo que tomar desvios que geram muitos prejuízos.

    Veja o vídeo: 

     

    Cargas para a cidade de Ouro Branco-MG, por exemplo, saindo do Vale do Aço, estão tendo que percorrer cerca de 1.500 km para serem entregues. Tal desvio, por conta de vários problemas que envolvem a BR-381, segundo o Superintendente Industrial da Emalto, Leonardo Cardoso, somam custo de até cinco vezes mais do valor habitual. 

    “Nossa malha rodoviária não é a mais apropriada para o tipo de produto que a gente faz e de uns tempos para cá, a coisa piorou. A gente já não tinha o melhor dos cenários e a coisa ficou ainda pior”, contou Leonardo.

    Segundo relatos, algumas empresas da região estão encontrando dificuldades em escoar cargas, que antes eram facilmente transportadas. “Há algum tempo a BR-381 não oferece condições para a gente estar escoando, e as rotas alternativas também estão com problemas. Uma delas é a BR-262, que tem um problema em Abre Campo”, disse o Superintendente Industrial da Emalto.

    Foto: Marcelo Augusto / Plox

     

    Um dos entraves que as pequenas, médias e grandes empresas siderúrgicas do Vale do Aço estão enfrentando é a logística e o escoamento do produto. Como consequência, tal situação torna as empresas menos competitivas no mercado o que acaba gerando, como reação em cadeia, demissões.

    Um levantamento realizado pela FIEMG, com as principais indústrias do Vale do Aço, aponta que o custo do frete, no período em que a BR-381 ficou bloqueada em Nova Era, aumentou em aproximadamente R$ 2 milhões.

    Contorno rodoviário da MG-760

    O Departamento de Estradas e Rodagens (DER-MG) publicou o edital de contratação da empresa que vai elaborar o projeto de melhorias, bem como implantação de alças de acessos dos municípios de Coronel Fabriciano e Timóteo. O processo de contratação acontece hoje, às 14 horas em Belo Horizonte.

    Para a elaboração do projeto do contorno do anel rodoviário, o pedido das empresas é que passarelas, pontes e obras de arte sejam projetadas para que seja possível a passagem das peças especiais [peças gigantes] sem causar mais transtornos. 

    Segundo o Superintendente Industrial da Emalto, Leonardo Cardoso, o custo para elevar parte de uma passarela em rodovias, para transporte da carga, pode sair de um gasto de R$ 150 mil para R$ 600 mil. Um exemplo de necessidade de tal manobra, é próximo ao estádio Ipatingão, em Ipatinga.

    “A gente pede, na hora da elaboração do projeto, que seja levado em conta, a construção de pontes e obras de artes em geral nas rodovias, que possa ser feito um pouco mais elevada, para evitar todo esse transtorno de alugar um guindaste, fazer a elevação, passar a carga de uma carreta para a outra, isso tudo gera custo que já soma com os prejuízos das péssimas condições das rodovias 381 e 262, além dos problemas com logística”, disse Leonardo.

    Situação da BR-381

    Atualmente, o trajeto do Vale do Aço até a capital mineira, Belo Horizonte, tem durado até 7 horas. Motoristas relataram ao Plox problemas nas estradas, trânsito lento em vários trechos e muitos buracos que aumentando a cada dia. 

    Até o momento, não há previsão para reparo do trecho no K 321, em Nova Era, onde o asfalto estufou com o deslizamento de uma encosta na rodovia BR-381. O DNIT improvisou um desvio paliativo que está sendo utilizado pelos veículos que trafegam por esse trajeto.

    Leilão da rodovia foi cancelado
    Em fevereiro deste ano, a Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) decidiu suspender o leilão da BR-381/262, entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

    A motivação do cancelamento seria falta de empresas interessadas em pegar a concessão dos trechos leiloados. Os trechos que estavam sendo leiloados estão passando por grandes problemas por conta das chuvas que assolaram Minas Gerais em janeiro deste ano.

    Em Nova Era-MG, ocorreu uma afundamento da rodovia. Foto: divulgação/ PRF

     

    Em Nova Era-MG, no trecho 321 da BR-381, a pista foi completamente interditada no dia 14 de janeiro, após um afundamento na pista, ocasionado por uma movimentação de terra, ficando o trecho fechado por cerca de 15 dias. No km 342, em Bela Vista de Minas, o trânsito também está ocorrendo em um desvio, por conta de um afundamento na pista.

     

    Desvio de Nova Era. Foto: reprodução

     

    O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) fez um desvio, em uma área ao lado do afundamento, porém, nesse período chuvoso, o local tem sofrido alguns problemas e causando lentidão.

    Desvio em Bela Vista de Minas. Foto: divulgação/PRF

     

    Muito utilizada por conta do problema em Nova Era, a BR-262 também sofreu paralisação total no km 96 da rodovia em Abre Campo, na Zona da Mata de Minas Gerais. Um desvio também foi feito no local, para que veículos pudessem passar.



     

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