Passagens Aéreas a R$ 200: CEO da Azul Discute Política de Preços da Petrobras e Reforma Tributária

O CEO da Azul aponta que os valores atuais são impulsionados pelo preço do querosene de aviação

Por Plox

29/03/2023 13h19 - Atualizado há mais de 1 ano

O presidente-executivo da Azul, John Rodgerson, comentou o plano do governo para oferecer passagens aéreas a R$ 200 para determinados grupos. Segundo ele, a proposta pode fazer sentido, desde que os demais passageiros não paguem a conta. Rodgerson afirma que é necessário verificar se o plano é viável na prática, ressaltando a importância de que seja "uma coisa que funcione para todo mundo".

Altos custos e política de preços da Petrobras

Rodgerson acredita que a questão das tarifas aéreas elevadas poderia ser enfrentada com um esforço mais amplo de redução de custos para as empresas, incluindo uma revisão da política de preços da Petrobras. O CEO da Azul aponta que os valores atuais são impulsionados pelo preço do querosene de aviação e defende analisar os resultados da Petrobras para saber quem deve ser considerado culpado. Em 2022, a Azul teve prejuízo de R$ 722 milhões, impactada pelo aumento de 112% do preço do combustível em relação a antes da Covid-19, enquanto a Petrobras obteve lucro de R$ 188 bilhões.

 

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Foto: Marcelo Augusto / Plox / Arquivo

 

Política de preços da Petrobras e oferta no mercado

Rodgerson afirma que a política de preços da Petrobras sobre a produção nacional inclui valores com fretes marítimos e outros itens, como se todo o combustível fosse importado. Essa crítica é compartilhada pelo novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que já expressou o desejo de mudar a prática. O CEO da Azul argumenta que, quando o preço do combustível cai, é possível colocar mais oferta no mercado, mas com custos altos, a oferta é restrita para garantir demanda e preços acima dos custos.

Reforma tributária e tratamento diferenciado

Rodgerson defende um tratamento diferenciado para o setor na reforma tributária, em contraponto ao posicionamento do Ministério da Fazenda, que busca um texto o mais homogêneo possível e com o mínimo de exceções. O CEO da Azul cita a concorrência internacional como um dos motivos para a brecha, exemplificando com a rota São Paulo-Orlando, onde os concorrentes estrangeiros são subsidiados pelos seus governos, pagam juros mais baixos e têm acesso a combustível mais barato.

Corte tributário de PIS/Cofins e isenção de tributos federais

As conversas em Brasília incluem também a tentativa de convencer o Congresso a transformar em lei o corte tributário de PIS/Cofins para o setor, feito no final do governo de Jair Bolsonaro por meio de uma medida provisória. Rodgerson considera essa medida mais importante do que a isenção de tributos federais sobre o querosene de aviação adotada em janeiro, válida por quatro meses, e afirma que o setor aéreo precisa ser pensado de forma diferente na reforma tributária.

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