Professores e alunos criam grupos de WhatsApp para se proteger, mas não querem PM na escola
Docentes e estudantes se reuniram em frente à Escola Estadual Thomazia Montoro, Zona Oeste de São Paulo
Por Plox
29/03/2023 10h22 - Atualizado há mais de 1 ano
Professores e alunos preocupados criam grupos de WhatsApp para compartilhar informações sobre episódios suspeitos e se protegerem. Entretanto, tanto os docentes quanto os estudantes se mostram preocupados com a ideia de presença ostensiva da Polícia Militar nas escolas.
Em um ato simbólico de paz na terça-feira (28), alunos e professores se reuniram em frente à Escola Estadual Thomazia Montoro, Zona Oeste de São Paulo, com rosas brancas e velas. Apesar da atmosfera pacífica, o clima era de consternação.
Grupos de WhatsApp têm sido utilizados por professores e alunos para compartilhar informações e oferecer apoio mútuo em relação a situações suspeitas nas escolas onde trabalham e estudam. Alunos da escola atacada também mantêm grupos onde trocam vídeos, imagens e informações sobre o que chamam de "pesadelo".
Em entrevista ao Blog da Andréia Sadi, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sugeriu a presença da PM nas escolas após o ataque. Estudantes e professores reivindicaram melhores condições de ensino e abordagem de temas como machismo e homofobia, além de relembrarem casos de violência policial nas escolas.
Em um ato de solidariedade, alunos da Thomazia Montoro realizaram uma vigília na terça-feira (28), contando com a presença de professores de outras instituições e moradores da região. A professora Elizabeth Tenreiro, vítima fatal do ataque, foi homenageada durante o evento.
Luísa Martins, presidente da Upes-SP (União Paulista dos Estudantes Secundaristas), destacou a importância de combater a violência nas escolas e promover o fim do discurso de intolerância e ódio. Para ela, é necessário reestruturar o ambiente escolar, oferecendo suporte psicológico e melhorando as condições de ensino.
Os deputados Paula Nunes (PSOL) e Capitão Telhada (PP) debateram medidas de segurança para evitar que ataques como o ocorrido se repitam. Paula defendeu um debate mais profundo sobre a precarização das escolas públicas, enquanto Telhada enfatizou a importância da segurança pública e defendeu medidas como monitoramento, detector de metais e policiamento mais ostensivo.
A preocupação com o acesso a sites de ódio e a exposição de imagens impactantes também foi levantada por um professor, ressaltando a necessidade de um ambiente escolar mais seguro e acolhedor.