Lula questiona estratégia do PT em 2018 e menciona possível impacto com outro candidato
Durante encontro com Macron, presidente reflete sobre as eleições de 2018 e o desempenho do PT
Por Plox
29/03/2024 19h03 - Atualizado há 6 meses
Em uma revelação intrigante feita ao lado do presidente francês Emmanuel Macron, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva levantou uma questão sobre as eleições presidenciais de 2018. Segundo Lula, o Partido dos Trabalhadores (PT) poderia ter apresentado um desafio mais forte contra Jair Bolsonaro, do PL, se a legenda tivesse optado por um candidato com características semelhantes às dele, em vez de Fernando Haddad. Esta consideração veio à tona durante uma conversa com jornalistas, enfatizando uma reflexão sobre o cenário eleitoral daquele ano e a escolha estratégica do partido.
A trajetória de Haddad e o debate interno do PT
Fernando Haddad, que atualmente ocupa o cargo de Ministro da Fazenda no governo Lula, tem sido uma figura de discordância dentro do PT, especialmente devido à sua gestão da economia. Além disso, sua indicação em 2018 como substituto de Lula, que estava impedido de concorrer devido a uma condenação pela Operação Lava Jato, foi recebida com ceticismo por parte do partido. Haddad, que havia perdido a eleição para prefeito de São Paulo em 2016, acabou sendo escolhido como o candidato do PT à presidência, decisão esta que foi anunciada durante a convenção nacional do partido.
Naquele ano, Haddad avançou ao segundo turno das eleições, conquistando 44,87% dos votos válidos, mas não conseguiu superar Bolsonaro, que obteve 55,13%. Essa derrota reacendeu debates internos no PT sobre a escolha de candidatos e estratégias eleitorais.
Críticas e apoio: o papel do partido e as discordâncias atuais
Em 2023, a condução da política econômica por Haddad enquanto Ministro da Fazenda continuou a ser um ponto de controvérsia dentro do partido. Declarações de Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, e do ex-ministro José Dirceu, refletiram as tensões e diferentes visões sobre o apoio e crítica às decisões do ministério. Enquanto Gleisi enfatizou que criticar o ministro é parte da tradição do partido, Dirceu defendeu um apoio mais robusto a Haddad, argumentando que as propostas econômicas dele buscavam transformar um déficit em um "mal menor".