Bolsonaro diz que prisão representaria 'fim da vida' e admite discutir medidas extremas em 2022

Ex-presidente afirmou que cogitar prisão aos 70 anos seria o fim de sua trajetória política e confirmou conversas sobre estado de sítio, defesa e intervenção

Por Plox

29/03/2025 20h50 - Atualizado há 3 dias

Durante entrevista concedida ao jornal Folha de S. Paulo, publicada neste sábado (29), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) abordou a possibilidade de ser preso e fez uma declaração marcante ao afirmar que, se isso ocorrer, será 'o fim da minha vida'. Aos 70 anos, Bolsonaro destacou que essa hipótese também marcaria o encerramento de sua trajetória política.


Imagem Foto: Agência Brasil


Ao longo da conversa, ele revelou que chegou a debater com aliados próximos, ainda em 2022, possibilidades como estado de sítio, estado de defesa e até mesmo intervenção federal. No entanto, segundo o próprio ex-presidente, essas alternativas foram descartadas rapidamente. “Foi olhado lá, [estado de] sítio, [estado de] defesa, [artigo] 142, intervenção...”, relatou, acrescentando que a análise das medidas ocorreu “dentro das quatro linhas”.



Bolsonaro também mencionou a sua reação ao resultado das eleições presidenciais, que não teria sido como o esperado. “Nós entramos com a petição e, no dia seguinte, o senhor Alexandre de Moraes mandou arquivar e nos deu uma multa de R$ 22 milhões. Se a gente recorresse, podia passar para R$ 200 milhões”, disse ele, ao justificar as discussões sobre possíveis ações naquele momento.



Na última quarta-feira (26), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu abrir uma ação penal contra Bolsonaro e outros sete aliados, acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado após o resultado eleitoral de 2022. A denúncia, oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), aponta crimes como organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.


Os réus agora formalizados pela Corte incluem:


- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;


- Alexandre Ramagem, deputado federal (PL-RJ) e ex-diretor da Abin;


- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;


- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;


- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;


- Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;


- Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa;


- Walter Braga Netto, general e ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, que foi vice na chapa presidencial de Bolsonaro em 2022.


As defesas dos envolvidos ainda podem apresentar recursos, como embargos de declaração, para contestar ou esclarecer pontos da decisão judicial. Esses embargos podem apontar omissões, contradições ou erros na decisão dos ministros do STF.


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