Código de barras será implantado na nova prova do CNU para evitar erros e exclusões

Mudança busca impedir falhas no preenchimento de cartões-resposta; edital pode ser adiado para maio

Por Plox

29/03/2025 10h35 - Atualizado há 3 dias

Para evitar os erros que levaram à contestação judicial da primeira edição, a próxima prova do Concurso Público Nacional Unificado (CNU) contará com a inserção de um código de barras em seus cartões de resposta.


Imagem Foto: Marcos Santos/USP Imagens


A novidade tecnológica será utilizada para permitir que as máquinas identifiquem automaticamente a correspondência entre o caderno de prova e o cartão-resposta do candidato, eliminando a necessidade de preenchimento manual de informações, como ocorria anteriormente. Essa mudança vem na esteira das falhas verificadas no concurso passado, quando participantes foram inicialmente desclassificados por não preencherem corretamente esses dados — decisão posteriormente revertida pela Justiça.


O termo de referência para contratação da banca organizadora deve ser publicado na primeira quinzena de abril, conforme informou a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck. A publicação do edital, prevista inicialmente para março, deve ser adiada para maio devido ao atraso na aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA).



Dweck explicou que, diferente da primeira edição que teve oito editais distintos, a próxima terá um único edital abrangendo todos os oito blocos temáticos. O documento também trará a quantidade de vagas e outras mudanças estruturais da seleção. Entre as carreiras novas previstas estão áreas de desenvolvimento socioeconômico e políticas de justiça e defesa.


A primeira edição do CNU, realizada em agosto do ano passado, foi a maior da história do serviço público federal, com mais de 2,1 milhões de inscritos e 970 mil participantes efetivos. Foram oferecidas 6.640 vagas distribuídas entre 21 órgãos federais, com salários iniciais que chegavam a R$ 22,9 mil.


Na época, os candidatos deveriam preencher no cartão-resposta uma frase e o número do gabarito, contidos no caderno de prova. Como os cadernos tinham ordens diferentes de questões, esse preenchimento era essencial para que a correção automática funcionasse corretamente. A falha nesse processo resultou na exclusão de diversos candidatos, revertida posteriormente por decisão da Justiça Federal.



Outros problemas também marcaram a primeira edição, como o envio trocado dos cadernos de provas para candidatos em Recife (PE), que receberam pela manhã as provas destinadas à aplicação da tarde. Houve ainda erros relacionados ao cargo de analista técnico de políticas sociais (ATPS), que inicialmente não exigia prova de títulos — algo em desacordo com a legislação da carreira. O edital foi corrigido, mas a mudança gerou repercussão entre os concorrentes.


Apesar das falhas, o concurso foi homologado e, segundo a ministra, não houve nenhuma decisão judicial que impedisse sua continuidade.


Por fim, Dweck também abordou os avanços no projeto da nova Lei das Greves. O texto, que deve ser enviado ao Congresso ainda neste semestre, visa definir os serviços essenciais que devem funcionar durante paralisações e estabelecer um número mínimo de servidores em atividade. A proposta também regulamenta a negociação salarial dos servidores públicos.



Com as mudanças, a expectativa é de que o próximo CNU ocorra de forma mais segura e eficiente, evitando as controvérsias que marcaram sua estreia.


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