Lula tenta evitar retaliação ao 'tarifaço' de Trump, mas diz que pode ligar para o americano
Presidente afirma que Brasil busca diálogo com os EUA antes de levar disputa à OMC ou adotar medidas contra tarifas sobre aço e alumínio
Por Plox
29/03/2025 12h26 - Atualizado há 3 dias
Durante entrevista concedida neste sábado (29), em Hanói, no Vietnã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o Brasil está priorizando o caminho do diálogo com os Estados Unidos antes de considerar ações mais duras em resposta ao aumento de tarifas sobre aço e alumínio anunciado pelo presidente americano, Donald Trump.

O petista reforçou que pretende esgotar todas as possibilidades diplomáticas para buscar uma solução amigável com o governo norte-americano. Ele ressaltou que o país não deseja iniciar uma disputa direta ou recorrer de imediato à Organização Mundial do Comércio (OMC).
“Antes de fazer a briga da reciprocidade ou de fazer a briga na OMC, a gente quer gastar todas as palavras que estão no nosso dicionário para fazer um livre comércio com os Estados Unidos”, afirmou o presidente.
A declaração ocorre poucos dias após Lula, ainda em viagem pelo Japão na última quinta-feira (27), afirmar que o Brasil poderá retaliar produtos americanos, caso a contestação da medida na OMC não avance. O governo brasileiro questiona o novo imposto de 25% sobre o aço e o alumínio importados, que atinge diversos países, incluindo o Brasil, importante fornecedor desses materiais para o mercado dos EUA.
Além de manifestar disposição para o diálogo, Lula declarou que está aberto a uma conversa direta com Trump. “Não terei nenhum problema em ligar para o presidente americano, caso eu sinta necessidade”, disse. Entretanto, o presidente brasileiro também aproveitou para criticar a atuação do republicano na condução da política internacional.
“É com muita tristeza que eu vejo os Estados Unidos fazerem com que o Trump pareça o xerife do mundo. Ele não foi eleito para isso. Ele foi eleito para governar os Estados Unidos”, afirmou Lula, ao apontar que cada nação deve reagir conforme seus próprios interesses.
O presidente retornaria ao Brasil ainda neste sábado, encerrando sua viagem pela Ásia, onde participou de encontros no Japão e no Vietnã.