Traficante de aves silvestres é condenado a pagar R$ 3 milhões em MG
Homem mantinha mais de 200 aves em condições precárias; Justiça determinou reclusão e multa milionária por danos ambientais
Por Plox
29/03/2025 08h02 - Atualizado há 4 dias
A Justiça de Minas Gerais condenou um homem por envolvimento com o tráfico de animais silvestres, impondo a ele uma pena de reclusão e uma indenização no valor de mais de R$ 3 milhões pelos danos causados ao meio ambiente.

A decisão atende a um pedido formulado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que conduziu a investigação e revelou detalhes impactantes sobre o caso. Segundo o órgão, o réu mantinha um cativeiro com mais de 200 aves silvestres, todas protegidas pela legislação ambiental vigente.
Entre os animais encontrados pelas autoridades estavam exemplares de Arara-Canindé (Ara ararauna), Papagaio-Verdadeiro (Amazona aestiva), Trinca-Ferro (Saltador Similis) e Sofrê (Icterus Jamaicaii).
Durante a apuração, constatou-se que os animais estavam confinados em um ambiente insalubre, marcado por forte odor de fezes, ventilação deficiente e ausência de cuidados básicos como alimentação e água. O espaço onde eram mantidos era extremamente reduzido e superlotado, sem qualquer estrutura que garantisse o mínimo de bem-estar às aves.
Peritos identificaram evidências claras de maus-tratos, como perda de penas, mutilações, ferimentos visíveis e um quadro acentuado de magreza, indicando que os animais eram submetidos a um tratamento cruel de maneira contínua.
Na sentença, a Justiça destacou os prejuízos causados aos ecossistemas naturais, apontando que o comércio ilegal e a retenção imprópria de espécies selvagens contribuem para a degradação ambiental e facilitam a disseminação de doenças.
A condenação representa uma resposta severa ao tráfico de fauna silvestre, prática que ainda persiste em diversas regiões do país, mesmo diante das leis que buscam proteger a biodiversidade brasileira.