Cleitinho ameaça CPI contra CBF por possível uniforme vermelho da seleção

O anúncio de que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em parceria com a Nike, poderia alterar a cor do segundo uniforme da seleção brasileira gerou forte reação política.

Nesta segunda-feira (28/4), o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) manifestou-se publicamente em suas redes sociais, ameaçando abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a decisão da entidade presidida por Ednaldo Rodrigues.

O motivo do descontentamento do parlamentar é a possibilidade de a nova camisa reserva adotar a cor vermelha, o que, segundo ele, teria conotação política.

\"A Copa do Mundo é feita por seleções. As seleções são representadas por sua bandeira. A bandeira do Brasil tem vermelho?\"

, questionou o senador em vídeo divulgado aos seus seguidores.

Cleitinho também lembrou da assinatura do ex-presidente da CBF, Coronel Nunes, que, conforme relatos, apresenta atualmente déficit cognitivo, colocando em dúvida sua capacidade de decisão no comando da entidade.

Apesar da indignação do senador, é comum que seleções utilizem cores diferentes das presentes em suas bandeiras. Exemplo disso são a Itália, cuja camisa é azul mesmo com uma bandeira verde, branca e vermelha; a Alemanha, que veste branco enquanto sua bandeira é preta, vermelha e amarela; o Japão, tradicionalmente azul; e a Venezuela, que atua de grená, apesar de suas cores oficiais serem vermelho, azul, amarelo e branco.

Ainda em sua fala, Cleitinho associou a mudança a uma tentativa de interferência política em ano eleitoral, acusando a CBF e a Nike de tentar enfraquecer o símbolo nacional atualmente associado a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

\"Tem tudo a ver com política, ano que vem é ano de Copa do Mundo e ano eleitoral. Eles querem fazer politicagem e ideologia acabando com uma tradição de uma camisa que é verde e amarela\"

, afirmou o senador.

Importante destacar que a alteração cogitada envolve apenas o segundo uniforme da seleção brasileira, que tradicionalmente é azul desde a Copa do Mundo de 1958, quando foi utilizado pela primeira vez na final contra a Suécia. Já a icônica camisa amarela, símbolo da seleção desde 1950 após a derrota para o Uruguai no Maracanã, permanecerá inalterada.

A possível troca de cores ainda não foi oficialmente confirmada pela CBF ou pela fornecedora Nike, mas já provoca intensos debates tanto no meio político quanto esportivo.