Estratégia econômica de Lula pode não render frutos antes das eleições

Plano do governo mira no consumo interno e nos investimentos, mas efeitos podem demorar a aparecer

Por Plox

29/04/2025 11h36 - Atualizado há 10 dias

A equipe econômica do governo federal aposta no fortalecimento do consumo interno e no estímulo a novos investimentos produtivos como motores para sustentar o crescimento econômico nos próximos anos.


Imagem Foto: Agência Brasil


Durante um encontro com investidores realizado na segunda-feira, 28 de abril, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que o país enfrenta há muito tempo um nível de investimento abaixo do necessário e que, agora, existe um conjunto de projetos com boas taxas de retorno prontos para serem executados. Segundo ele, a combinação desses projetos com o aumento do consumo das famílias deve representar os estímulos adequados para assegurar o crescimento estável do Brasil.



Haddad acredita ainda que o Brasil pode se beneficiar das turbulências provocadas pela política protecionista do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que gerou um cenário global instável. No entanto, especialistas advertem que os efeitos dessas mudanças serão sentidos lentamente no cenário internacional. Um analista de um importante banco estrangeiro avalia que, embora decisões e declarações possam ter impacto no curto prazo, as consequências econômicas globais tendem a se estender por vários anos.



\"Estamos plantando políticas industrial e de inovação que são sementes para colher no futuro, é verdade\", comentou um interlocutor da equipe econômica

. Apesar disso, reconhece-se que parte dos resultados já pode ser percebida: a indústria de transformação brasileira cresceu 3,8%, superando a média mundial de 2%, o país subiu mais de 40 posições no ranking global de produção industrial e os empregos industriais tiveram um aumento expressivo de 145%.

Mesmo diante dos desafios impostos pelo aumento dos juros promovido pelo Banco Central para conter a inflação e das repercussões negativas de sobretaxas aplicadas a setores como aço e alumínio, Haddad mantém a confiança em um cenário de crescimento econômico para 2025.


Outro ponto favorável para o governo é a manutenção de boas relações diplomáticas e comerciais com importantes parceiros internacionais, como China, União Europeia e Estados Unidos, o que deverá garantir a continuidade das exportações e atrair novos investimentos estrangeiros.


Concluindo sua participação no evento, Haddad reforçou que o Brasil tem potencial para crescer de maneira sustentável, mesmo em meio às instabilidades geopolíticas, caso o programa de estímulo ao consumo das famílias e aos investimentos produtivos seja seguido rigorosamente. Ainda assim, a dúvida persiste: o tempo será suficiente para que esses avanços se traduzam em recuperação da popularidade do presidente Lula antes das eleições de 2026?


Destaques