Vale abre reservatório para contenção de rejeito, caso haja rompimento em barragem
Por Plox
29/05/2019 11h08 - Atualizado há mais de 5 anos
A Vale está abrindo um reservatório no leito do Córrego do Vieira entre mata e pastos, em Barão de Cocais. A área fica a menos de três quilômetros da Barragem Sul Superior, da mina de Gongo Soco, e tem cerca de 70 mil metros. O depósito possui cerca de 40 metros de fundura e deve deter a grande quantidade de rejeitos que descerem da barragem, caso ela venha a se romper motivada pela queda do talude.
Vale abre reservatório para contenção de rejeito, caso haja rompimento- Foto: Reprodução/YouTube/Imagem Ilustrativa
No Córrego do Vieira, as muitas máquinas pesadas estão trabalhando em ritmo acelerado e correndo contra o tempo. Isso, porque apesar da probabilidade informada ontem, 28 de maio, pelo diretor da Vale, Marcos Barros, de que o material do talude deve cair no interior da cava, os relatórios de geotecnia, mostram que o talude apresentava um deslocamento médio de quatro centímetros por dia, com desprendimento médio de 19,7 centímetros e de 24 centímetros em alguns setores por dia.
Apesar das precauções por parte da mineradora, o major da Defesa Civil do Estado (Cedec) Marcos Afonso Pereira, mostra o cenário atual na mina de Gongo Soco> “Temos análises que mostram que a parte inferior está descendo mais rápido, o que demonstra um escorregamento e não um descolamento de placa. Ou seja, ele pode se acomodar no fundo da mina e não provocar um impacto muito grande que sirva de gatilho para um rompimento”, estima. O local é monitorado pela Vale e Defesa Civil do Estado 24 horas por dia. O major continua: “Caindo o maciço ou não, a situação da barragem segue delicada e sob risco. Há várias ações em curso”, afirmou.
A barragem da Vale foi desativada em 2016, mas segue desde o final de março no nível 3 para alerta de rompimento. Já o talude começou a se movimentar com intensidade próximo do dia 15 deste mês. Moradores que se avizinham a uma distância de até 10 quilômetros da barragem, nas zonas de autossalvamento (ZAS), foram removidos do local em fevereiro, e em março, quem reside na zona secundária já passaram por treinamentos.