Franqueados denunciam perseguição e ambiente de 'seita' na Cacau Show

Empresários acusam a rede de franquias de retaliações e práticas autoritárias sob comando do CEO Alê Costa

Por Plox

29/05/2025 08h40 - Atualizado há 3 dias

Eventos motivacionais com discursos emocionantes, música alta e palestras inspiradoras fazem parte do cotidiano da Cacau Show, uma das maiores redes de franquias do Brasil. Nessas ocasiões, fala-se muito sobre otimismo, dedicação e iniciativa, mas o que não se discute são cláusulas contratuais ou políticas empresariais que impactam diretamente os franqueados, como o aumento repentino dos preços dos produtos.


Imagem Foto: Cacau Show


De acordo com relatos, franqueados que ousaram questionar essas práticas acabaram sendo alvo de represálias. Alguns afirmam ter recebido produtos com prazos de validade próximos do vencimento ou itens encalhados de baixa saída, o que inviabiliza a operação das lojas e acaba por forçar o fechamento de muitas delas.



À frente desse modelo está o fundador e CEO da Cacau Show, Alexandre Tadeu da Costa, conhecido como Alê Costa, que comanda não só a empresa como também os encontros inspiracionais. Atualmente, a rede conta com mais de 4 mil unidades em todo o território nacional.


A situação gerou protestos e ações judiciais. Na 25ª Vara Cível de Brasília, tramita um processo que acusa a empresa de instituir punições como a retirada de crédito de forma sistemática, obrigando os franqueados a adquirir produtos à vista, como resposta a litígios judiciais. O juiz Julio Roberto dos Reis afirmou que tal prática fere o princípio constitucional da liberdade profissional e caracteriza revanchismo por parte da franqueadora.



Frente a esse cenário, um grupo de franqueados criou a página “Doce Amargura” em uma rede social, com o intuito de compartilhar experiências semelhantes. A idealizadora do perfil, que ainda é franqueada e prefere manter o anonimato, afirmou ter sido surpreendida por uma visita do vice-presidente da empresa, Túlio Freitas. Mesmo estando a mais de 600 km da sede da Cacau Show, ele teria ido até sua loja para questioná-la sobre o que seria necessário para que ela interrompesse as publicações.


Atualmente, a empresária busca na Justiça a rescisão do contrato com a marca.



Procurada pela reportagem, a Cacau Show não se pronunciou até o momento. O espaço segue aberto para manifestações futuras da empresa.


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