Hospital mantém mulher com morte cerebral viva para gestação avançar

Adriana Smith está há mais de 90 dias ligada a aparelhos para que seu bebê, hoje com 19 semanas, possa se desenvolver até ter chances de sobrevivência

Por Plox

29/05/2025 14h45 - Atualizado há 4 dias

Uma mulher com morte cerebral permanece há mais de três meses conectada a aparelhos de suporte vital para que sua gravidez possa continuar. A paciente, identificada como Adriana Smith, tinha nove semanas de gestação quando foi hospitalizada, e os médicos buscam manter o feto até que ele alcance condições de sobrevivência fora do útero.


Imagem Foto: Rede Social


Aos 30 anos, Adriana sofreu complicações após relatar dores de cabeça intensas. Antes disso, havia procurado atendimento médico devido a dificuldades respiratórias durante o sono, mas foi liberada sem exames mais detalhados. Uma tomografia posterior revelou coágulos no cérebro e os profissionais de saúde declararam sua morte cerebral.


O hospital optou por manter o suporte vital, mesmo diante da oposição da família, com o objetivo de levar a gestação até, pelo menos, a 32ª semana — o que representaria mais 10 semanas de intervenção médica intensiva.



A decisão envolve controvérsias ligadas à legislação estadual, conhecida como Lei LIFE, que proíbe a maioria dos abortos a partir da detecção da atividade cardíaca fetal. Enquanto o gabinete do Procurador-Geral sustenta que não há obrigação legal de manter suporte de vida após a morte cerebral, o autor da lei defende que o hospital está correto ao tentar salvar o bebê.


A mãe da paciente lamenta o cenário, descrevendo-o como doloroso e desumano. Ela afirma: \"Vejo minha filha respirando por máquinas, mas ela não está mais aqui. E o neto que espero pode nascer com problemas graves.\"



Entre os riscos apontados pela equipe médica, está a presença de líquido no cérebro do bebê. A avó teme pelas sequelas e desabafa: \"Ele pode não sobreviver, e somos nós que vamos criá-lo. Essa decisão não deveria ter sido tomada sem nós.\"


A situação gerou forte repercussão nas redes sociais, onde usuários se manifestam contra a continuidade do suporte. Comentários apontam questões raciais, éticas e de direitos familiares.



Entre as vozes críticas, estão usuárias do TikTok como Jennifer Comstock, que passou por experiência semelhante com o filho doador de órgãos, e Grace Wells, que gravou um vídeo questionando: \"O que significa nascer de um cadáver?\". Ambas defendem o direito da família de Adriana de encerrar o suporte e dizem que manter o corpo funcionando artificialmente, mesmo morto, não é ato de preservação da vida.


Em um dos comentários mais curtidos da plataforma, um usuário afirma: \"Estão experimentando com ela\". Outro destaca: \"Experimentar no corpo de uma mulher negra é desumano\". A indignação cresce entre milhares de internautas que denunciam o trauma e a dívida que a família de Adriana enfrentará.


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