Cresce números de obesos no país, pandemia e consumo de alimentos processados influenciaram no aumento

Especialista alerta para riscos que a obesidade pode trazer à saúde

Por Plox

29/06/2022 16h35 - Atualizado há quase 2 anos

Uma pesquisa recente publicada pelo periódico International Journal of Public Health, colocou em evidência o aumento de casos de obesidade no Brasil, e despertou um alerta sobre o consumo de alimentos processados. Conforme os dados, 28% do aumento da obesidade entre 2002 e 2009 no país foi causado pelo consumo dessa categoria de alimentos. Enquanto isso, o Atlas Mundial da Obesidade de 2022 mostra que o número de pessoas acima do peso têm aumentado e a projeção é que, até 2030, mais de 1 bilhão de pessoas se tornem obesas.

A pesquisa “Vigitel 2021”, realizada pelo Ministério da Saúde, também mostrou números preocupantes.  Segundo os dados coletados nela, o índice de obesidade em 2021 marcou 22,35% no Brasil, superando a do ano anterior, que ficou na casa de 21,55%. Um aspecto que contribuiu para estes número e preocupa os especialistas, é o fato das pessoas terem optado pelo consumo de fast food no período da pandemia, principalmente devido à comodidade de realizar o pedido e a rapidez da entrega. O médico André Moreira, especialista em tratamento para a obesidade ainda destaca que outros motivos relacionados à crise sanitária, também influenciaram nestes números, “De um lado temos os altos índices de ansiedade e estresse proporcionado por diversos fatores durante a pandemia. Isso por si só aumenta a vontade de comer alimentos que darão a sensação de ‘recompensa’ para o cérebro. E, claro, a crise financeira obriga muitas famílias a optarem por alimentos mais baratos que, por consequência, são os ultraprocessados”.

A equação obesidade mais Covid-19 é ainda um pretexto para outras preocupações para os especialistas. Além de uma doença, a obesidade representa um fator de risco para inúmeras outras doenças crônicas não transmissíveis, como doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral, hipertensão, dislipidemia e diabete, por exemplo. “Pela falta de nutrientes adequados, esse consumo também afeta a imunidade que, se não estiver equilibrada, contribui para o aumento de diversas doenças”, aponta Moreira.

Cerca de 45% dos casos de diabete em 2008 e 3,8% dos cânceres diagnosticados em 2012 foram atribuídos à obesidade no país. Estudo com dados do Sistema de Informação Hospitalar e Ambulatorial calculou que o custo do tratamento de 26 doenças crônicas não transmissíveis atribuíveis à obesidade totalizou R$ 487 milhões (US$ 261 milhões) em 2011, representando 1,9% dos gastos com saúde de média e alta complexidade em solo brasileiro.

“É importante que ocorra a conscientização sobre esses riscos. A alimentação é fundamental para promover a saúde geral do organismo e evitar doenças graves”. Finaliza o médico.


 

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