Denúncias de assédio na prefeitura de Vespasiano levantam polêmica

Após as denúncias, as vítimas foram transferidas para outros departamentos da prefeitura

Por Plox

29/06/2024 09h44 - Atualizado há 11 meses

Tatiane Albergaria, perita da Polícia Civil e líder do movimento “Assédio Não”, compareceu à sessão plenária na Câmara Municipal de Vespasiano na última terça-feira (25/6), buscando cobrar a apuração de casos de abuso sexual e moral na prefeitura. Impedida de falar oficialmente, ela iniciou seu pronunciamento sem microfone, mas foi ignorada pelos vereadores que começaram a deixar o local.

crédito: Reprodução/Arquivo pessoal

Tatiane relatou que oito mulheres que trabalham para a prefeitura denunciaram o secretário de Defesa Social por assédio, formalizando boletins de ocorrência sem que nenhuma medida fosse tomada. Segundo ela, as vítimas eram insultadas com termos depreciativos e sofriam abusos verbais de caráter sexual. Entre os relatos, uma mulher em fase de amamentação relatou que o secretário pediu para “mamar” e afirmou querer “leitinho quente”.

Apesar da gravidade das acusações e da necessidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os casos, apenas cinco vereadores assinaram o pedido, um a menos do que o necessário. Além disso, a tentativa de Tatiane de discursar na semana anterior também foi frustrada, com a justificativa de excesso de inscritos, embora a sessão tenha durado menos de 20 minutos.

Após as denúncias, as vítimas foram transferidas para outros departamentos da prefeitura. O secretário de Defesa Social, ao saber das acusações, expôs os rostos das denunciantes em suas redes sociais, acusando-as de perseguição política.

Em resposta, a prefeitura de Vespasiano informou que instaurou e encerrou um procedimento administrativo para apurar as denúncias, e que novos procedimentos serão iniciados caso novas denúncias sejam apresentadas. A Câmara Municipal justificou a interrupção da sessão por falta de ordem e respeito no plenário, e afirmou que solicitou providências à prefeita sobre as acusações.

Tatiane Albergaria também enfrenta uma situação semelhante na Polícia Civil, onde foi afastada após denunciar assédio por parte de superiores. Ela relata que, após melhorar as condições de trabalho durante a licença de sua chefe, começou a ser perseguida pelo superintendente que a assediava. Apesar das queixas à ouvidoria, foi transferida para outra unidade e, posteriormente, considerada incapacitada para o cargo, decisão que ela contesta.

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