Bolsonaro lidera protesto na Paulista e convoca novo ato para 7 de setembro
Manifestação deste domingo reuniu 12,4 mil pessoas e contou com críticas ao STF; ex-presidente pede apoio para eleger 50% do Congresso
Por Plox
29/06/2025 22h27 - Atualizado há 6 dias
Neste domingo, 29 de junho, a Avenida Paulista, em São Paulo, foi palco de mais uma manifestação liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O ato, intitulado \"Justiça Já\", reuniu cerca de 12,4 mil pessoas, segundo estimativa do grupo de pesquisa \"Monitor do debate político\" do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), coordenado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e pela ONG More in Common. A margem de erro do levantamento é de 1,5 mil pessoas para mais ou para menos.

A manifestação contou com a presença de parlamentares, governadores e lideranças religiosas. Durante seu discurso, Bolsonaro afirmou:
\"O Brasil tem jeito, é só não roubar que a gente vai pra frente\"
. Ele criticou a atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2022 e alegou, sem apresentar provas, que um \"movimento orquestrado pela esquerda\" foi responsável pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
O ex-presidente também defendeu a liberdade de expressão e pediu o fortalecimento de seus apoiadores no Congresso Nacional nas eleições de 2026:
\"Se me derem 50% da Câmara e do Senado, eu mudo o futuro do Brasil\"
.
Entre os presentes, o senador Flávio Bolsonaro exaltou o pai, dizendo:
\"As provas mostram que você, pai, é inocente\"
. Ele classificou os processos contra o ex-presidente como \"uma inquisição\" e acusou o Judiciário de atuar de forma parcial. A deputada federal Bia Kicis declarou que \"golpe nunca existiu\", enquanto o deputado Gustavo Gayer relatou que Bolsonaro estava doente em Goiás, mas fez questão de comparecer:
\"Ele não podia faltar, porque o povo estava esperando\"
.O senador Magno Malta atacou diretamente a ministra Cármen Lúcia e chamou o ministro Alexandre de Moraes de \"ditador da toga\", afirmando:
\"Já estamos vivendo uma ditadura\"
. O pastor Silas Malafaia também criticou duramente o STF, chamou a direita de \"prostituída\" e cobrou anistia:
\"Davi Alcolumbre, Hugo Motta, que conversa fiada é essa?!\"
.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi o único chefe de Executivo estadual presente. Falou em nome dos governadores e defendeu a anistia. Disse que Bolsonaro \"transformou o Brasil\" e que \"o Brasil não aguenta mais o PT\".
O deputado federal Nikolas Ferreira não compareceu por estar em um casamento de família. Já Eduardo Bolsonaro foi citado como \"exilado\" nos EUA. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), compareceu ao evento, mas não discursou.
Ao final do ato, Bolsonaro convocou uma nova manifestação para o feriado de 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil, reforçando seu apelo por apoio popular e político.
A manifestação deste domingo acontece dias após o ministro do STF, Alexandre de Moraes, abrir prazo para que o ex-presidente e demais réus do chamado \"núcleo crucial\" da trama golpista apresentem suas alegações finais. A expectativa é que o caso seja levado a julgamento em setembro.