Bolsonaro propõe mudança política com maioria no Congresso
Em manifestação na Avenida Paulista, ex-presidente defende anistia e critica decisões judiciais
Por Plox
29/06/2025 22h40 - Atualizado há 6 dias
Durante a tarde deste domingo (29), a Avenida Paulista, em São Paulo, foi palco de uma manifestação liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que reuniu apoiadores sob o lema 'Justiça Já'. No evento, Bolsonaro destacou a importância de conquistar 50% das cadeiras na Câmara dos Deputados e no Senado nas eleições de 2026, afirmando que tal maioria permitiria uma transformação significativa no país.

O ex-presidente enfatizou que, com esse apoio parlamentar, seria possível eleger os presidentes das duas Casas, liderar comissões importantes e influenciar indicações para agências reguladoras e o Banco Central. Ele ressaltou que seu objetivo não é perseguir adversários ou buscar revanchismo, mas sim garantir um futuro melhor para o Brasil. Apesar de estar inelegível até 2030, conforme decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro afirmou que não precisa retornar à Presidência para promover mudanças, mencionando o papel do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, em mantê-lo como presidente de honra do partido.
O ato contou com a presença de diversas figuras políticas, incluindo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontado como possível candidato à Presidência em 2026. Bolsonaro aproveitou a ocasião para elogiar ex-ministros de seu governo e reforçar a necessidade de eleger aliados no Congresso na próxima legislatura.
No discurso, o ex-presidente também abordou a questão da anistia aos presos e investigados pelos atos de 8 de janeiro, classificando-a como um 'remédio previsto na Constituição' e um 'gesto de altruísmo'. Ele pediu que os Três Poderes trabalhem pela pacificação do país e pela libertação dos considerados inocentes envolvidos nos eventos daquele dia. Bolsonaro negou a existência de uma tentativa de golpe, argumentando que não houve uso de armas, apoio institucional ou envolvimento das Forças Armadas.
Além disso, Bolsonaro fez menção ao seu filho Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro, atribuindo a ele o papel de 'cérebro' de sua campanha presidencial. Ele também comentou sobre sua decisão de não se vacinar contra a Covid-19, alegando liberdade individual, e criticou o Tribunal Superior Eleitoral por sua atuação nas eleições de 2022. Sobre a transição de governo, afirmou que foi pacífica, mas reiterou que jamais passaria a faixa presidencial para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
'Se vocês me derem, por ocasião das eleições do ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil'
— Jair Bolsonaro, durante manifestação na Avenida Paulista.