Manifestação na Paulista reúne Bolsonaro, aliados e críticas ao STF em ato “Justiça Já”
Ex-presidente mobiliza aliados e tenta retomar protagonismo em meio a julgamento no STF sobre suposta tentativa de golpe
Por Plox
29/06/2025 16h03 - Atualizado há 1 dia
Na tarde deste domingo (29), a Avenida Paulista, em São Paulo, voltou a ser palco de uma manifestação comandada por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL). O ato, que teve início por volta das 14h, próximo ao vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), foi organizado pelo pastor Silas Malafaia e adotou o lema “Justiça Já”.
Foto: Redes Sociais
A mobilização contou com a presença do ex-presidente, que discursou ao lado de líderes políticos e religiosos. O objetivo do evento foi reforçar críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), cobrar anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e demonstrar força política diante do avanço dos processos judiciais contra Bolsonaro e seus aliados.
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Governadores e parlamentares reforçam apoio a Bolsonaro
Além de Jair Bolsonaro, participaram do ato os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Cláudio Castro (PL-RJ) e Jorginho Mello (PL-SC). Durante o evento, Tarcísio assumiu o papel de porta-voz dos colegas de governo e fez um discurso em tom enfático, no qual elogiou o ex-presidente, criticou o governo atual e defendeu a concessão de anistia.
“Esse grupo está unido, o coração amarrado, esse homem trouxe essa corrente. Não há democracia tirando uma pessoa das urnas [...] Vamos dar a resposta no ano que vem”, disse Tarcísio no palanque montado no cruzamento da Avenida Paulista com a Alameda Ministro Rocha Azevedo.
Foto: Redes Sociais
O evento também contou com a presença dos senadores Marcos Rogério (PL-RO), Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Magno Malta (PL-ES); além de Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Entre os deputados que marcaram presença estavam Marco Feliciano (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF), Gustavo Gayer (PL-GO), André do Prado (PL-SP) e o vice-prefeito de São Paulo, coronel Ricardo Mello Araújo (PL).
Críticas ao STF por determinado controle de postagens na internet
Silas Malafaia, principal articulador do ato, voltou a criticar duramente o Supremo Tribunal Federal, focando principalmente na decisão que responsabiliza plataformas digitais por conteúdos ilícitos publicados por usuários. Para Malafaia, a medida representa censura e um avanço autoritário sobre a liberdade de expressão.
O pastor também atacou a condução das investigações contra Bolsonaro, sustentando que o processo seria frágil e baseado em delações duvidosas.
Durante a manifestação, era possível observar uma multidão vestida com camisetas verde e amarelas, além de bandeiras do Brasil, dos Estados Unidos e de Israel.
Avanço do processo no STF
O ato ocorre em um momento crucial do processo contra Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal. Em março deste ano, a Primeira Turma da Corte decidiu, por unanimidade, tornar réus o ex-presidente e mais sete aliados, sob a acusação de tentativa de golpe de Estado em 2022.
No último dia 10 de junho, Bolsonaro prestou depoimento, negando envolvimento com qualquer plano ilegal e alegando que suas reuniões com militares foram mal interpretadas. Ele também admitiu ter exagerado na retórica contra o sistema eleitoral.
Já na última sexta-feira (27), o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, encerrou a fase de instrução processual e autorizou a abertura das alegações finais, última etapa antes do julgamento definitivo. As defesas e a Procuradoria-Geral da República poderão, agora, apresentar suas considerações finais.
Condenações e panorama judicial
Até o momento, 497 pessoas já foram condenadas pelo STF que considerou que elas participaram nos atos golpistas de 2022. Entre os crimes imputados estão: golpe de Estado, associação criminosa, dano qualificado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e deterioração do patrimônio tombado.
Com mais essa demonstração nas ruas, Bolsonaro tenta retomar influência sobre a base conservadora e fortalecer sua imagem pública em meio ao cerco judicial que avança na Suprema Corte.
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