Professores filmados imitando macacos em roda de samba no Rio são intimados pela polícia

Carolina de Palma e Thiago Martins Maranhão identificados e investigados por ato racista no Rio de Janeiro

Por Plox

29/07/2024 08h57 - Atualizado há 12 meses

A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou os professores de música Carolina de Palma, de 28 anos, e Thiago Martins Maranhão, de 41 anos, como os indivíduos filmados imitando macacos durante uma roda de samba no Centro do Rio, no último dia 19. Ambos estão sendo investigados por racismo e terão que prestar depoimento.

Foto: Reprodução

Investigação e depoimentos

Carolina de Palma, uma argentina residente em Buenos Aires, chegou ao Brasil no dia 14 de julho para participar de um seminário organizado pelo Fórum Latino-Americano de Educação Musical (Fladem) e retornou à Argentina no dia 21. Thiago Martins Maranhão, carioca que vive em São Paulo, não participou do Fladem e voltou para São Paulo logo após o incidente.

A identificação de Carolina foi facilitada pelo Consulado da Argentina. A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) informou que Carolina será ouvida por carta rogatória, um instrumento jurídico de cooperação internacional. Já Thiago poderá ser ouvido em uma delegacia em São Paulo por carta precatória.

 

Foto: Reprodução

Repercussão e respostas

A jornalista Jackeline Oliveira, que filmou a cena, compareceu à Decradi para prestar depoimento. Em entrevista ao g1, Jackeline relatou que Carolina e Thiago não demonstraram constrangimento durante o ato. "Muito pelo contrário, eles estavam rindo, brincando. Estavam extremamente à vontade em cometer esse ato racista", afirmou a jornalista.

A associação à qual Carolina é associada declarou em nota que, na Argentina, imitações de animais no contexto de atividades pedagógicas não possuem conotação racista. A defesa de Thiago afirmou que só se pronunciará nos autos da investigação. A escola em que Thiago trabalhava informou que ele não faz mais parte do quadro de colaboradores.

Impacto nas redes sociais

O caso teve grande repercussão nas redes sociais, destacando a contínua luta contra o racismo no Brasil. "O racismo é uma violência que atravessa as pessoas pretas de diversas formas. Cada pessoa tem uma reação e às vezes não tem reação. Quando eu vi o que estava acontecendo, a minha reação foi filmar e chamar o segurança", comentou Jackeline.

A Polícia Civil continua a investigação e aguarda os depoimentos de Carolina de Palma e Thiago Martins Maranhão para avançar no inquérito.

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