Conta de luz sobe e gás natural tem queda no preço a partir de agosto
Redução de 14% no gás natural vendido pela Petrobras coincide com aumento na tarifa de energia elétrica, que passa à bandeira vermelha 2
Por Plox
29/07/2025 10h02 - Atualizado há 3 dias
A partir desta sexta-feira, 1º de agosto, os consumidores brasileiros enfrentarão mudanças opostas no setor de energia: enquanto o gás natural comercializado pela Petrobras sofrerá uma redução média de 14%, a conta de luz ficará mais cara devido à adoção da bandeira vermelha no seu segundo nível.

O reajuste no gás natural está relacionado à combinação de dois fatores principais: a valorização de 3,2% do real frente ao dólar no último trimestre e a queda de 11% no preço do petróleo Brent, que serve como referência internacional. Conforme informado pela Petrobras, os contratos firmados com as distribuidoras preveem atualizações trimestrais nos preços da molécula do gás, influenciadas justamente por essas variações cambiais e do petróleo.
Apesar da redução anunciada pela estatal, o impacto real na fatura do consumidor final pode não ser tão perceptível. Isso porque o valor final do gás inclui outros componentes, como tributos federais e estaduais, custos de transporte, margem de lucro das distribuidoras e o portfólio de fornecimento adotado por cada empresa. Ou seja, a queda pode ser compensada ou até mesmo diluída ao longo da cadeia até chegar às residências e empresas.
Em contrapartida, a energia elétrica terá um novo acréscimo a partir de agosto. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciou que será adotado o segundo patamar da bandeira vermelha, o que poderá representar um custo adicional de aproximadamente R$ 15 para famílias que consomem entre 150 kWh e 200 kWh por mês — consumo médio de uma residência com quatro moradores.
Essa elevação tarifária ocorre após dois aumentos consecutivos em um curto período. Em maio, a bandeira amarela foi ativada em razão da escassez de chuvas. No mês seguinte, em junho, houve a transição para a bandeira vermelha de primeiro nível. Agora, com o agravamento das condições hídricas, será aplicada a bandeira vermelha 2, que implica um custo ainda mais elevado para os consumidores.
\"A bandeira vermelha 2 é a mais cara do sistema e reflete o aumento no custo de geração de energia\", alertou a ANEEL
.
Com isso, o mês de agosto começa com um alívio parcial no setor de gás, mas com um impacto direto no orçamento de quem depende do fornecimento de energia elétrica para as atividades cotidianas.