Kremlin ignora novo ultimato de Trump e mantém ofensiva na Ucrânia

Mesmo diante da pressão dos EUA, Rússia afirma que sua 'operação militar especial' seguirá em curso sem acordo imediato

Por Plox

29/07/2025 13h50 - Atualizado há 3 dias

Em mais um capítulo tenso da crise internacional envolvendo Rússia, Ucrânia e Estados Unidos, o governo russo anunciou nesta terça-feira (29) que irá continuar sua ofensiva militar, desconsiderando o ultimato imposto por Donald Trump. O presidente americano, durante visita recente à Escócia, havia declarado que o prazo para a obtenção de um acordo pacífico havia sido reduzido para um intervalo entre 10 e 12 dias.


Imagem Foto: Reprodução


A resposta veio através do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que, durante coletiva de imprensa, afirmou que Moscou está ciente das declarações de Trump, mas que isso não alterará sua estratégia. $&&$\"Tomamos nota das declarações feitas na véspera pelo presidente Trump. A operação militar especial continua\"$, afirmou Peskov, deixando claro que a Rússia não pretende recuar.


Trump, por sua vez, justificou o endurecimento da posição americana mencionando a frustração com a falta de avanço nas negociações e a continuidade dos ataques russos, mesmo após suas conversas diretas com Vladimir Putin. $&&$\"Não há razão para esperar. Não estamos vendo nenhum progresso\"$, disse o líder americano ao lado do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Trump ainda revelou estar decepcionado com Putin, especialmente após constatar que, logo após alguns de seus diálogos com o presidente russo, mísseis foram lançados contra cidades ucranianas como Kiev.


O Kremlin não confirmou qualquer possibilidade de nova reunião entre os dois presidentes, tampouco comentou sobre a declaração de Trump de que não deseja mais manter contato com Putin. Peskov preferiu não opinar sobre esse aspecto, dizendo apenas que “preferiria não fazer nenhuma avaliação”. Ainda assim, reiterou que a Rússia apoia os esforços por uma solução pacífica, contanto que seus interesses nacionais sejam preservados.


Enquanto isso, o processo diplomático permanece estagnado. Desde meados de junho, não houve novas reuniões bilaterais formais entre os dois países, e as negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, retomadas em Istambul em 23 de julho após mais de sete semanas de pausa, também não resultaram em avanços concretos. As duas rodadas anteriores, ocorridas em maio e junho, tampouco apresentaram progresso significativo.



Dmitri Medvedev, ex-presidente russo e atual vice-chefe do Conselho de Segurança do país, também se manifestou. Em sua conta na rede social X, ele criticou a postura do norte-americano: $&&$\"Trump está jogando o jogo dos ultimatos com a Rússia: 50 ou 10 dias… Ele deveria se lembrar de duas coisas. 1) A Rússia não é nem Israel nem mesmo o Irã. 2) Cada novo ultimato é um passo em direção à guerra. Não entre Rússia e Ucrânia, mas com seu próprio país\"$, escreveu.


O comentário de Medvedev retoma sua posição já expressa semanas antes, quando Trump anunciou o primeiro ultimato de 50 dias. Na ocasião, o político russo afirmou que “a Rússia não se importa”, sinalizando a indiferença do Kremlin diante das ameaças americanas.


A situação entre os dois países segue sem previsão de resolução, em meio a tensões crescentes e uma guerra que já ultrapassa dois anos, impactando não apenas a Europa Oriental, mas toda a geopolítica global.


Destaques