Tabata Amaral questiona governo Lula sobre saída da aliança para Memória do Holocausto
Deputada solicita esclarecimentos ao Ministério das Relações Exteriores sobre a decisão de retirar o Brasil da IHRA
Por Plox
29/07/2025 09h35 - Atualizado há 4 dias
A deputada federal Tabata Amaral (PSB) apresentou uma série de questionamentos ao Ministério das Relações Exteriores sobre a decisão do governo Lula de retirar o Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA).

Em um documento endereçado ao chanceler Mauro Vieira, a parlamentar questionou seis pontos cruciais sobre a saída do Brasil dessa organização internacional. Ela quer entender, entre outras coisas, quais órgãos foram consultados antes da decisão e se houve algum diálogo com a sociedade civil sobre o tema.
Além disso, Tabata questiona se o governo Lula propôs alternativas para continuar promovendo a memória do Holocausto e combatendo o antissemitismo no país. Para ela, o Ministério das Relações Exteriores precisa fornecer informações claras sobre os motivos da saída, os processos de tomada de decisão envolvidos e as estratégias futuras para garantir que o Brasil mantenha seu compromisso com os valores de tolerância, respeito e memória histórica. “É fundamental que o Ministério das Relações Exteriores apresente informações detalhadas sobre os motivos, os processos de tomada de decisão e as estratégias futuras para garantir que o Brasil continue engajado na promoção dos valores de tolerância, respeito e memória histórica”, avaliou a deputada.
A decisão do governo Lula de retirar o Brasil da IHRA foi anunciada na semana passada, gerando grande repercussão. A Aliança Internacional para a Memória do Holocausto é uma organização criada para combater o antissemitismo e preservar a memória do massacre dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. O governo brasileiro argumenta que a adesão à IHRA, que ocorreu em 2021 durante o governo de Jair Bolsonaro, foi feita de forma apressada e sem um estudo aprofundado. Fontes do Itamaraty indicaram que um dos motivos para a retirada é o compromisso financeiro que o Brasil teria com a organização, o que teria gerado preocupações no governo atual.
Além disso, o Brasil formalizou recentemente a adesão à ação movida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça, que acusa Israel de genocídio contra palestinos na Faixa de Gaza. No entanto, o Itamaraty nega qualquer relação entre a saída da IHRA e a adesão à ação judicial contra Israel.