Aumenta recusa e atraso na vacinação entre adolescentes em Minas Gerais

Um estudo recente realizado pelo Observatório de Pesquisa e Estudos em Vacinação da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em colaboração com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, revela uma crescente hesitação vacinal entre adolescentes de nove a dezenove anos no estado. O fenômeno, que se caracteriza pelo atraso ou recusa da vacinação, atingiu níveis alarmantes, com quase 46% dos jovens afirmando que já resistiram, tiveram medo ou dúvida sobre vacinas. Além disso, mais de 21% já se recusaram a tomar imunizantes importantes, como os que protegem contra o HPV e a meningite.

desinformação e desconhecimento sobre vacinas são preocupantes

A professora Fernanda Penido, da Escola de Enfermagem da UFMG, destaca a falta de conhecimento como um dos principais fatores para o aumento da hesitação vacinal entre os adolescentes. “Os resultados são muito chocantes. Apesar de os adolescentes terem acesso às tecnologias, nem sempre eles se informam adequadamente sobre as vacinas. Mais de 80% nunca tinha ouvido falar na CWY, por exemplo, que está disponível na atenção primária de saúde para vacinação. Muitos também desconheciam a vacina HPV. Além disso, eles não têm conhecimento sobre as doenças e seus riscos para a saúde individual e coletiva”, alerta a professora.

medidas para enfrentar o problema

Frente a essa preocupante desinformação, as autoridades de saúde de Minas Gerais estão implementando ações direcionadas a esclarecer a importância das vacinas para prevenir doenças graves. A iniciativa inclui intervenções junto aos adolescentes, à comunidade escolar e aos pais, com o objetivo de reorganizar os processos de trabalho e imunização, além de garantir que o conhecimento sobre vacinas chegue às famílias.

A professora Fernanda Penido ressalta que, embora ainda haja desafios, essas ações já começam a mostrar resultados positivos. “Atualmente, temos coberturas vacinais maiores entre os adolescentes em comparação com o ano anterior. Este projeto tem impacto em várias fases da vida e, este ano, também nos adolescentes, que nem sempre acessam serviços de saúde”, explica.

desafios de comunicação e uso da tecnologia

Um dos grandes desafios apontados pelo estudo é a necessidade de transformar as evidências científicas em informações acessíveis e compreensíveis para a população. Com o aumento do acesso à tecnologia e às redes sociais, é essencial que essas ferramentas sejam utilizadas para disseminar informações corretas e combater a desinformação.