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Saúde

No Dia de Combate ao Fumo, entidades alertam sobre cigarro eletrônico

A campanha inclui uma série de materiais educativos, como videoaulas e depoimentos de personalidades, incluindo artistas, autoridades de saúde e influenciadores

29/08/2024 às 11:52 por Redação Plox

No Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado nesta quinta-feira (29), a Fundação do Câncer reforçou o Movimento VapeOFF, uma iniciativa que visa combater o uso crescente de cigarros eletrônicos, especialmente entre jovens. A campanha faz um apelo direto à população para que “se liguem na vida e sejam um vapeOFF”. Em colaboração com a Anup Social, da Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP), a entidade busca conscientizar e engajar tanto jovens quanto adultos para reduzir o consumo desses dispositivos.


Foto:  Joédson Alves/Agência Brasil

Ações educativas e parcerias estratégicas

A campanha inclui uma série de materiais educativos, como videoaulas e depoimentos de personalidades, incluindo artistas, autoridades de saúde e influenciadores, que serão disponibilizados para professores de ensino médio e universitário. Empresas como Ecoponte e Onbus também apoiam a iniciativa, veiculando gratuitamente as mensagens da Fundação do Câncer em suas plataformas. O diretor executivo da Fundação, o cirurgião oncológico Luiz Augusto Maltoni, enfatiza a necessidade de “mostrar à população, aos professores, pais e responsáveis, e sobretudo aos próprios jovens, dentro das universidades e escolas, os malefícios do consumo de cigarros eletrônicos”.

Preocupação com o aumento do uso entre jovens

Dados do Ministério da Saúde indicam que mais de 1 milhão de brasileiros já experimentaram cigarros eletrônicos, apesar da proibição de sua comercialização pela Anvisa desde 2009. Um estudo da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) aponta que o consumo de cigarros eletrônicos aumentou 600% nos últimos seis anos globalmente, um crescimento que também se reflete no Brasil. Alfredo Scaff, epidemiologista e consultor médico da Fundação do Câncer, destaca que 70% dos usuários no Brasil têm entre 15 e 24 anos.

Kit digital antivape e ações nas universidades

Para ampliar o alcance da campanha, a Fundação do Câncer, em parceria com a Anup Social, desenvolveu um kit digital antivape que será disponibilizado gratuitamente para escolas públicas e privadas de todo o país. O kit inclui videoaulas, questionários para debates em sala de aula, cartazes, banners para sites, posts para redes sociais, filtros para Instagram e WhatsApp Card, voltados a informar sobre os perigos dos cigarros eletrônicos em uma linguagem acessível para os jovens. Mais de 200 faculdades, centros universitários e universidades associadas à ANUP, abrangendo mais de 4 milhões de estudantes, receberão o material, que também estará disponível no site do Movimento VapeOFF.

Impactos à saúde e aumento da mortalidade por câncer de pulmão

A sexta edição do boletim Info.Oncollect, também lançada nesta quinta-feira pela Fundação do Câncer, traz dados preocupantes sobre tabagismo e câncer de pulmão no Brasil. Embora a prevalência de fumantes entre homens tenha diminuído, resultando em uma redução de 1% na mortalidade por câncer de pulmão, entre as mulheres o índice de mortalidade subiu 2%, refletindo um aumento no número de fumantes do sexo feminino. Luiz Augusto Maltoni alerta que os efeitos nocivos dos cigarros eletrônicos sobre o câncer de pulmão poderão ser sentidos nas próximas duas décadas, dado o tempo de evolução lenta da doença. Ele também ressaltou que os cigarros eletrônicos contêm concentrações de nicotina duas a três vezes superiores às dos cigarros convencionais, o que pode acelerar o surgimento de casos de câncer de pulmão em pessoas mais jovens.

Ação urgente contra a comercialização ilegal e campanhas educativas

Especialistas defendem a retomada urgente de campanhas educativas nacionais promovidas pelos ministérios da Saúde e da Educação, além de intensificar a fiscalização nas fronteiras e o combate ao contrabando de cigarros eletrônicos. Para Luiz Augusto Maltoni, é essencial aumentar o imposto sobre produtos fumígenos, considerando que o preço médio de um maço de cigarros no Brasil é significativamente inferior ao de outros países que assinaram a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da OMS, facilitando o acesso e estimulando o vício.

Desafios na regulamentação e oposição à liberação de aditivos

A ACT Promoção da Saúde, por meio de sua coordenadora do Projeto de Controle do Tabaco, Mariana Pinho, destacou que a regulamentação da Anvisa, em vigor desde 2009, protege a população brasileira da disseminação desenfreada dos cigarros eletrônicos. A organização é contrária ao Projeto de Lei 5.008 de 2023, que propõe a liberação desses produtos e a inclusão de aditivos de aromas e sabores. Mariana enfatiza que a liberação e a venda desses produtos pela internet aumentam o risco de acesso por menores de idade, contrariando a legislação vigente.

Posicionamento das sociedades médicas e organizações de saúde

A coordenadora da Comissão de Tabagismo da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro (Sopterj), Alessandra Costa, reforçou a importância de manter a proibição dos cigarros eletrônicos no Brasil. Ela alerta para os riscos de reações alérgicas, problemas respiratórios e a rápida dependência química associada a esses dispositivos. Alessandra destaca que, apesar da proibição, há uma forte pressão da indústria do tabaco pela legalização, com justificativas baseadas na arrecadação de impostos, mas que não consideram os custos à saúde pública.

Educação como ferramenta de combate

A educação é vista como uma das principais ferramentas para combater o uso de cigarros eletrônicos entre os jovens. A Sopterj apoia o treinamento de professores desde a educação infantil até o nível universitário, para que eles estejam preparados para abordar os perigos do uso do vape. Alessandra Costa enfatiza a importância de sensibilizar os jovens sobre os danos potenciais desses produtos, que incluem desde reações alérgicas até doenças graves como o Evali, uma lesão pulmonar associada ao uso de cigarros eletrônicos.

Com essas ações, a Fundação do Câncer e suas parceiras pretendem criar um ambiente mais seguro e informado para os jovens brasileiros, visando reduzir o impacto do tabagismo eletrônico na saúde pública.

 

 

 

 

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