Deputados pedem a Lula mais prazo no Propag para evitar privatizações
Parlamentares entregam documento ao presidente em Contagem solicitando prorrogação de prazo para avaliação de ativos estaduais
Por Plox
29/08/2025 18h17 - Atualizado há 3 dias
Durante um evento realizado em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, deputados federais e estaduais de partidos de esquerda se reuniram para entregar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um documento solicitando mais tempo para a análise de ativos dentro do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados, o Propag.

A mobilização visa impedir que a Cemig e a Copasa, estatais de energia e saneamento de Minas Gerais, respectivamente, sejam incluídas na lista de ativos a serem repassados ao governo federal como parte da renegociação da dívida estadual. Segundo o deputado federal Rogério Correia (PT), a articulação teve apoio direto do presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Tadeu Martins Leite (MDB).
“Entregamos, em Contagem, documento ao presidente Lula solicitando prorrogação de prazo no Propag, para avaliação de ativos”, explicou Correia.
A proposta preserva as estatais mineiras, Cemig e Copasa, e a federalização da Codemig, transformando-a em empresa nacional estatal responsável pela exploração e industrialização dos minerais críticos, estratégicos e das terras raras$, destacou o parlamentar.
O governo estadual, por sua vez, tem pressionado para garantir a adesão ao programa. O vice-governador Mateus Simões (Novo) defende a aprovação de um pacote de medidas conhecido como “Pacote Propag”, que inclui 12 projetos de lei e uma proposta de emenda à Constituição. A ideia é permitir o pagamento de 20% da dívida como entrada, com a expectativa de reduzir os juros das parcelas futuras.
Enquanto isso, a oposição afirma que a iniciativa pode abrir espaço para privatizações. Para os parlamentares contrários ao pacote, a entrega da Codemig e da Codemge, empresas já federalizadas pela ALMG, seria suficiente para atender à exigência de R$ 40 bilhões como valor inicial da renegociação. Sem a avaliação final do BNDES, no entanto, o Executivo mineiro sustenta que não é possível confirmar esse valor com precisão.
O decreto que instituiu o Propag estipula 31 de outubro como data-limite para que os estados apresentem suas propostas, incluindo a lista de ativos a serem repassados. O BNDES, responsável pela avaliação técnica, já sinalizou que não conseguirá concluir todas as análises dentro do prazo atual.
Por isso, parlamentares e representantes do governo estadual têm buscado em Brasília apoio para a prorrogação. O presidente da ALMG também se reuniu com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e aguarda resposta do governo federal para avançar com o calendário de votação das propostas em Minas Gerais.
O impasse sobre a dívida do estado com a União se transforma, mais uma vez, em um debate sobre o futuro das empresas públicas mineiras, e a pressão política aumenta com a aproximação da data-limite estabelecida pelo programa federal.