Vídeo: Polícia Civil detalha prisão de homem suspeito de abusar das irmãs da ex-companheira em Timóteo
Homem está detido preventivamente após tentar interferir nas investigações de crimes sexuais cometidos entre 2008 e 2010 contra irmãs da ex-companheira, que também é investigada e aguarda extradição de Portugal
Por Plox
29/08/2025 11h10 - Atualizado há 3 dias
Na manhã desta sexta-feira (29), uma coletiva de imprensa foi realizada para esclarecer detalhes do caso envolvendo o homem preso por abusos sexuais contra três menores e por tentativa de coação no curso do processo. A delegada Valdimara Teixeira de Paula Fernandes, responsável pela investigação, conduziu a apresentação das informações à imprensa.
O suspeito foi preso preventivamente no último dia 25, após autorização judicial da comarca de Timóteo, Minas Gerais. A decisão se deu em decorrência de ações do investigado para tentar silenciar testemunhas e atrapalhar a apuração dos fatos.

Segundo a delegada, os abusos ocorreram entre os anos de 2008 e 2010 e tiveram como vítimas três irmãs da ex-companheira do acusado. A mulher, atualmente presa em Coimbra, Portugal, responde por outro caso envolvendo a morte dos próprios filhos e aguarda o processo de extradição para o Brasil. O elo entre os dois casos surgiu após divergências identificadas nos depoimentos ao longo dos anos.
De acordo com Valdimara Fernandes, o suspeito não era servidor efetivo da Polícia Civil, mas ocupava o cargo de servidor ADOC. Ele utilizava essa função temporária para ameaçar e coagir as vítimas, abusando da imagem de autoridade para evitar que os crimes fossem revelados.
As vítimas, agora maiores de idade, relataram em depoimento detalhes dos abusos, descrevendo a forma como os crimes aconteciam. Segundo a polícia, os atos eram cometidos enquanto as meninas estavam sob os cuidados da irmã mais velha, que teria pleno conhecimento da situação, mas optou por se omitir.
"Todas as testemunhas convergem no sentido de falar que ela sabia o que estava ocorrendo", afirmou a delegada Valdimara Fernandes
Ainda conforme a delegada, essa omissão pode configurar cumplicidade.
"Ela era garantidora das vítimas. Já era maior de idade na época e tinha o dever de protegê-las", explicou
Em 2010, após a morte da última criança, o casal se separou. A delegada informou que isso ocorreu cerca de dois meses após a tragédia. No entanto, o silêncio do homem nos primeiros depoimentos também chamou a atenção da polícia. Apenas em 2025 ele mencionou suspeitar dos abusos, o que contribuiu para a reabertura do caso.
Durante a nova investigação, ficou evidente que o acusado tentava manipular os depoimentos das vítimas, sugerindo o que poderiam ou não dizer. Essa atitude comprometeu a integridade das oitivas e levou à necessidade de novas entrevistas com algumas testemunhas.
"Tive que ouvir algumas testemunhas mais de uma vez porque elas não falavam tudo que sabiam em cartório, por medo dele. Isso comprometeu toda a investigação", destacou Valdimara Fernandes
O inquérito está em fase final e deve ser concluído em breve, com o consequente indiciamento formal do investigado. A expectativa é que a Justiça portuguesa dê andamento ao processo de extradição da ex-companheira, para que ela também responda pelas acusações no Brasil.