Política

Marçal adota tom moderado enquanto candidatos focam críticas em Nunes e Boulos

Candidatos mantêm debate tranquilo e evitam ataques diretos

29/09/2024 às 13:35 por Redação Plox

No debate realizado pela Record no sábado (28), os candidatos à Prefeitura de São Paulo reduziram os ataques, mantendo um tom mais moderado em relação a encontros anteriores. Esse foi o nono dos onze debates previstos para a campanha. Desta vez, os candidatos evitaram confrontos diretos, principalmente devido às regras rígidas que punem ofensas pessoais e o uso de apelidos pejorativos. Os principais alvos foram o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição, e Guilherme Boulos (PSOL).

Foto: Reprodução / YouTube / Jornal da Record

Marçal mantém postura mais tranquila

O candidato Pablo Marçal (PRTB), que protagonizou momentos acalorados em debates anteriores, desta vez se mostrou mais tranquilo. Ele chegou a fazer uma aliança momentânea com José Luiz Datena (PSDB), que o agrediu com uma cadeira em debate na TV Cultura, no dia 15 de setembro. Juntos, eles criticaram Nunes. Marçal perguntou a Datena sobre quem ele considerava o pior prefeito da história de São Paulo. Em resposta, Datena indicou Nunes como um forte candidato ao título, mencionando que ele não foi eleito diretamente pela população, tendo assumido o cargo após a morte de Bruno Covas (PSDB).

Marçal, que teve poucas perguntas direcionadas a ele pelos adversários, acabou sendo punido após se referir a Boulos como “Boules”, ironizando a linguagem neutra usada pelo psolista em um comício. A penalidade lhe custou 30 segundos de seu tempo final de fala. Esta foi a única sanção aplicada no debate, que transcorreu sem concessões de direito de resposta.

Nunes como alvo principal

Ricardo Nunes foi o principal alvo dos questionamentos. Em embate com Marçal, o empresário questionou o prefeito sobre a investigação da "máfia das creches", na qual Nunes é suspeito de envolvimento em lavagem de dinheiro. Marçal exigiu explicações sobre pagamentos em nome do prefeito e de seus familiares.

Nunes, por sua vez, retrucou mencionando a condenação de Marçal por golpes bancários. “Quem fugiu da polícia foi você, que participou de uma das maiores quadrilhas desse país para roubar dinheiro de pessoas humildes pela internet. Você é conhecido por ser um mentiroso contumaz”, afirmou o prefeito.

Boulos também fez críticas a Nunes e seu vice na chapa, coronel Mello Araújo (PL). “Ele disse que o morador da periferia deveria ser tratado pior que o morador dos Jardins. Isso é inaceitável. Quero ser prefeito para que todos os moradores sejam tratados de forma igual”, disse o candidato do PSOL. Em resposta, Nunes trouxe à tona o apoio de Boulos ao relatório que absolveu o deputado André Janones (Avante-MG) no Conselho de Ética da Câmara, em caso suspeito de rachadinha.

Boulos recebe críticas de outros candidatos

Além de Nunes, Boulos foi criticado por Tabata Amaral (PSB), que questionou suas mudanças de posicionamento em temas relevantes para a esquerda. "Você mudou de posição sobre a descriminalização das drogas e sobre a situação da Venezuela, que agora considera uma ditadura, enquanto seu partido mantém a mesma postura", disse Tabata.

Boulos rebateu ao lembrar que, como prefeito, é necessário governar para toda a cidade e não apenas para as ideias do partido, sinalizando para o eleitorado moderado.

Marina Helena (Novo) também confrontou Boulos, questionando sua visão sobre o capitalismo e se ele apoiaria a expropriação de empresas, em referência ao passado do candidato no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Boulos criticou a abordagem da pergunta e defendeu que o debate deveria focar em propostas reais para a cidade.

“Essa conversa não ajuda a resolver os problemas de São Paulo. O que importa são propostas que melhorem a vida dos paulistanos, não falas de quem teve a chance de fazer e não fez”, argumentou Boulos, enfatizando que ocupações só ocorrem quando faltam políticas habitacionais efetivas.

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