
Ministro de Lula propõe troca de frutas para contornar alta no preço da laranja
Rui Costa sugere alternativas em meio à disparada de preços, citando a queda na produção nacional e internacional.
Durante meses, a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentou um período turbulento que levantou dúvidas até mesmo sobre sua viabilidade política futura. Mas, nos últimos tempos, o cenário começou a mudar. Uma sequência de reveses deu lugar a conquistas estratégicas que recolocaram o governo em posição de vantagem no tabuleiro político nacional.
A virada começou após um dos momentos mais delicados da atual gestão: o recuo no anúncio de mudanças no Pix, feito pelo Ministério da Fazenda em janeiro, motivado pela forte repercussão de um vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que viralizou nas redes sociais com mais de 300 milhões de visualizações. A isso se somaram, em fevereiro, os piores índices de aprovação da gestão Lula, além da derrubada dos decretos sobre o IOF, que ocorreram em junho com quase 400 votos contrários na Câmara.
Pela primeira vez em três décadas, um decreto presidencial foi revogado pelo Congresso Nacional. A derrota fragilizou o governo e evidenciou a distância entre o Planalto e os parlamentares, mesmo entre partidos que controlavam 11 ministérios. No entanto, ao invés de apenas minimizar o impacto, Lula partiu para o enfrentamento. O governo acionou o STF e, com decisões de Alexandre de Moraes, conseguiu recuperar parte dos efeitos dos decretos derrubados.
Nas redes sociais, o Partido dos Trabalhadores reagiu com uma ofensiva inédita. Utilizando vídeos com inteligência artificial, a estratégia passou a apontar o Congresso e a oposição como aliados de milionários e inimigos dos mais pobres. O discurso de "ricos versus pobres" ganhou força e colocou os adversários na defensiva. A tática surtiu efeito: propostas do governo começaram a avançar novamente, incluindo medidas de compensação à ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda.
A conjuntura internacional também contribuiu. Em julho, o anúncio do então presidente Donald Trump de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros gerou forte repercussão no país. Lula passou a se apropriar da defesa das cores nacionais, tradicionalmente associadas à direita, e usou o episódio para atribuir aos bolsonaristas a responsabilidade pelo tarifaço, especialmente após manifestações de Eduardo Bolsonaro em apoio a Trump.
O impacto dessa crise se refletiu diretamente em Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e aposta da direita para 2026, que se mostrou desanimado com a repercussão negativa das manifestações bolsonaristas com bandeiras dos EUA em pleno 7 de Setembro.
Em meio à recuperação política, Lula adotou medidas impopulares junto ao Congresso, como o veto ao projeto que aumentava o número de deputados federais — contrariando a recomendação de sua articulação política. O cenário positivo coincidiu também com a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo STF, o que fortaleceu a posição do atual governo.
A reviravolta se confirmou nos números: o Datafolha revelou aumento de cinco pontos percentuais na aprovação do governo em setembro, atingindo 33%, o melhor índice do ano, enquanto a rejeição caiu para 38%. Em fevereiro, esses números estavam em 24% e 41%, respectivamente.
No último final de semana, protestos contra a anistia a Bolsonaro e contra a chamada PEC da Blindagem pressionaram o Senado a arquivar o projeto. O desgaste recaiu sobre a Câmara dos Deputados e o centrão, reforçando o discurso governista.
Nos bastidores, o Congresso aprovou a Medida Provisória que reduz a conta de luz para famílias de baixa renda, além de viabilizar o programa "Agora Tem Especialistas", principal aposta de Lula na área da saúde. Nos próximos dias, está prevista a votação do projeto que amplia a isenção do IR, promessa de campanha do presidente.
"Subestimaram o Lula, ele é presidente pela terceira vez, tem capacidade, experiência política... e agora estamos com deflação no preço dos alimentos, dólar caindo, e a oposição muito fragilizada", afirmou o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara
Do outro lado, parlamentares da oposição veem a melhora como temporária. "Para mim, essa leve recuperação se deve à queda no preço do arroz e feijão", disse o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Já o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB) criticou duramente: "O governo está usando o STF para sufocar o Congresso e manipular a opinião pública".
Ainda assim, o ambiente político é outro. Com a oposição enfraquecida, o STF favorável e a base congressual menos combativa, Lula surfa uma nova onda — uma maré positiva que pode ser crucial para a construção de sua candidatura à reeleição em 2026.
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