Política

Ministro Moraes assume ADPF após megaoperação mais letal do Rio

Após operação policial com 64 mortos, Alexandre de Moraes exige resposta da PGR sobre medidas para redução da letalidade nas favelas

29/10/2025 às 09:14 por Redação Plox

A recente megaoperação policial no Rio de Janeiro levou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a assumir temporariamente a relatoria da Arguição de Descumprimento de Preceitos Fundamentais (ADPF) das Favelas nesta terça-feira (28). O processo estava sem relator desde a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso.

Com a entrada de Moraes, a ADPF das Favelas ficou sem relator desde a aposentadoria de Luís Roberto Barroso

Com a entrada de Moraes, a ADPF das Favelas ficou sem relator desde a aposentadoria de Luís Roberto Barroso

Foto: Rosinei Coutinho/STF


Plano de redução da letalidade e fiscalização do STF

Apresentada pelo PSB em 2019, a ADPF das Favelas fez com que o STF exigisse do governo do Rio um plano para diminuir a letalidade policial. O documento, homologado em abril de 2025, prevê iniciativas como a instalação de GPSs e sistemas de gravação em viaturas e fardas, uso controlado da força e atenção à preservação de vestígios em cenas de crime.

Relatoria segue até nova nomeação no Supremo

Moraes permanece como relator até que o presidente Lula (PT) nomeie o novo ministro para substituir Barroso, a quem o processo será repassado conforme o regimento interno do STF, que determina a transferência de causas em casos de vacância para o ministro empossado logo após o antigo relator.

STF cobra explicações sobre conduta policial na operação

Assim que assumiu o caso, Moraes deu 24 horas para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste acerca do possível descumprimento do plano de redução da letalidade na recente operação policial. O pedido foi feito com base em uma solicitação do Conselho Nacional de Direitos Humanos, diante do elevado número de mortos – registrado em 64 até o momento.

Conselho Nacional de Direitos Humanos busca responsabilização

O Conselho pediu ao STF que exija do governo do Rio informações detalhadas sobre o grau de força empregado, providências tomadas para a responsabilização de abusos e as ações em apoio às vítimas e familiares. Segundo o Conselho, o objetivo é assegurar que as determinações do acórdão da ADPF sejam respeitadas. O órgão classificou a operação policial ocorrida em 28 de outubro como a mais letal da história da capital fluminense.

Reação do governador Cláudio Castro

Durante coletiva de imprensa, o governador Cláudio Castro criticou a ADPF, classificando-a negativamente e argumentando sobre as dificuldades enfrentadas pela polícia. Ele mencionou diferenças entre as restrições impostas às ações policiais e os métodos utilizados por criminosos, defendendo que as tentativas de politização da segurança pública afetam diretamente agentes em campo.

O caso mantém o tema da letalidade policial e da fiscalização judicial das ações das forças de segurança no centro do debate nacional.

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