A deputada estadual Amanda Teixeira de Freitas (PL) anunciou que irá acionar a Comissão de Ética da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) contra o colega Leleco Pimentel (PT), acusando-o de violência política de gênero nas sessões recentes do parlamento mineiro. A movimentação de Amanda ocorre após a deputada ter sido chamada de “Barbie da Shopee” durante um debate acalorado na casa legislativa, episódio que motivou forte repercussão e suspensão da sessão.

Sessão marcada por tumulto e suspensão

O episódio aconteceu durante a votação de um projeto do governador Romeu Zema (Novo), que propunha o fim do referendo para a privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). Amanda, favorável à proposta, foi alvo do comentário pejorativo vindo inicialmente de manifestantes nas galerias e, em seguida, repetido em aparte por Leleco Pimentel, o que acirrou o clima no plenário e levou à suspensão dos trabalhos.

Deputada rebate ataques e leva boneca à tribuna

Em resposta, Amanda levou até a tribuna uma boneca Barbie falsificada, utilizado como símbolo para denunciar o teor misógino da agressão verbal.

Eu queria falar que irei representar no Conselho de Ética contra esse deputado para que seja apurado se ele odeia as mulheres. Para que seja apurado se ele persegue as mulheres na política, porque isso não aconteceu só dessa vez, já aconteceu outras vezes. – Amanda Teixeira de Freitas

Ela relatou que o caso não seria um fato isolado e ressaltou que situações semelhantes já teriam ocorrido anteriormente.

Criticas à deputada federal Érika Hilton

Durante o mesmo pronunciamento, Amanda também direcionou críticas à deputada federal Érika Hilton (Psol-SP), destacando denúncias sobre a contratação de maquiadores no gabinete da parlamentar paulista. Hilton, por sua vez, afirma que os profissionais exercem funções de assessoramento em seu mandato.

Amanda utilizou o episódio para questionar os gastos públicos e reforçar a oposição ao bloco de esquerda, afirmando que Hilton seria o tipo de parlamentar respaldada por esse grupo político.

Reações e desdobramentos

No plenário, Amanda recebeu apoio da deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), que se posicionou em defesa da colega. Segundo Amanda, após o incidente, foi necessário fechar suas redes sociais devido ao volume de ataques virtuais que recebeu.

A discussão ainda contou com o respaldo do deputado Cristiano Caporezzo (PL), que criticou a atuação da esquerda na casa legislativa. Caporezzo classificou o episódio como exemplo de hipocrisia dos adversários políticos, sugerindo ocorreriam reações mais rígidas se o mesmo tipo de comentário fosse direcionado a deputadas de outros partidos.

Durante as manifestações, os parlamentares do bloco de esquerda não estavam presentes no plenário.

O caso reacende o debate sobre misoginia e violência de gênero no contexto político mineiro.