Saúde

Governo de Minas passa a oferecer teste genético gratuito para detecção de câncer de mama e de ovário

Estado oferece testagem genética gratuita pelo SUS, amplia faixa etária para mamografias e investe em novos equipamentos e atendimento oncológico exclusivo.

29/10/2025 às 08:40 por Redação Plox

O Governo de Minas Gerais anunciou que testará gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, que aumentam o risco de cânceres de mama e ovário hereditários. O anúncio foi feito nesta terça-feira (28/10) pelo vice-governador Mateus Simões e pelo secretário de Saúde, Fábio Baccheretti, em Belo Horizonte.

O governo estadual destinará R$ 1,1 mil para cada teste, com a expectativa de realizar 2 mil exames anualmente, resultando em um investimento superior a R$ 9,8 milhões.

O governo estadual destinará R$ 1,1 mil para cada teste, com a expectativa de realizar 2 mil exames anualmente, resultando em um investimento superior a R$ 9,8 milhões.

Foto: Cristiano Machado / Imprensa MG


Teste genético gratuito ampliará diagnóstico e prevenção

A administração estadual vai investir R$ 1,1 mil em cada teste, com previsão de 2 mil exames anualmente, somando mais de R$ 9,8 milhões em recursos destinados ao programa. Este valor também cobre procedimentos clínicos complementares, assegurando acompanhamento integral das pacientes na rede pública.

A oferta gratuita segue a Lei Estadual nº 23.449 e é direcionada a mulheres com histórico pessoal ou familiar de câncer, consideradas de alto risco, conforme critérios da Secretaria de Estado de Saúde.

Segundo o vice-governador, a inclusão do teste na rede pública entrega maior precisão ao diagnóstico e permite tratamento precoce e mais eficaz.

É um exame de sangue ou de saliva e que possibilita a identificação do risco efetivo do surgimento da doença, mudando os protocolos e o acompanhamento das mulheres que são propícias a desenvolver estes dois tipos de câncer. – Mateus Simões

Ampliação da mamografia pelo SUS em Minas Gerais

Simultaneamente ao lançamento do teste genético, o Governo de Minas ampliou a oferta de mamografias pela rede pública para mulheres de 40 a 74 anos, com exames a cada dois anos. Antes, o acesso era restrito à faixa etária de 50 a 69 anos.

Com isso, espera-se diagnosticar a doença em estágios iniciais com mais frequência, fortalecendo as chances de cura. Para realizar o exame, basta comparecer ao posto de saúde e solicitar o agendamento — não é necessária consulta médica para recomendação.

Mais recursos para o tratamento oncológico

No evento, também foi anunciada a destinação de R$ 15 milhões ao Instituto Mário Pena. Com o valor, a unidade de tratamento oncológico do Hospital Luxemburgo será adaptada para atender exclusivamente pacientes do SUS.

Como funciona o novo programa de testagem

Os exames genéticos serão feitos em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que também coordenará capacitações e discussões clínicas com profissionais da saúde por meio do Telessaúde. O início da testagem está previsto para o começo de 2026, após formalização do convênio e organização dos fluxos dentro do SUS.

O teste, realizado com sangue ou saliva e sem necessidade de jejum, pode indicar resultados positivos, negativos ou inconclusivos. Um resultado positivo não garante que a doença irá se desenvolver, mas sinaliza maior risco, exigindo acompanhamento contínuo.

Atenção integral e atual panorama do câncer de mama

Para as pacientes diagnosticadas, o SUS oferece todas as opções de tratamento disponíveis: cirurgias, reconstrução mamária, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e terapias-alvo, conforme estágio e tipo do tumor.

Casos considerados suspeitos são encaminhados pelas secretarias municipais às Comissões Municipais de Oncologia, responsáveis por organizar o fluxo de atendimento nos hospitais especializados. A Secretaria de Estado de Saúde publicará normativas detalhando critérios técnicos e etapas do processo.

Segundo o Painel de Monitoramento do Tratamento Oncológico da SES-MG, Minas Gerais registrou 6.907 novos casos de câncer de mama em 2024 e 2.767 até agosto de 2025. No mesmo período, foram contabilizados 2.970 óbitos — 1.932 em 2024 e 1.038 entre janeiro e agosto de 2025.

Esperança para famílias atingidas

A ampliação do acesso ao teste genético e mamografias reflete diretamente na vida de pacientes como a educadora infantil Elania Abreu Dutra, diagnosticada com câncer de mama aos 37 anos. Ela acredita que os novos recursos trazem mais tranquilidade para as mulheres mineiras expostas ao risco. Segundo Elania, detectando alterações nos exames, será possível investir em medidas preventivas e ampliar as chances de superar a doença.

Programa fortalece rede de oncologia

Em 2024, o Governo lançou o programa Cuidar na Hora Certa, com orçamento de R$ 24,4 milhões anuais. O objetivo é reduzir a morbimortalidade por câncer de mama e acelerar o início dos tratamentos, por meio de cinco eixos principais:

  • Ampliação da oferta de mamografias;
  • Expansão da cobertura para todas as microrregiões do estado;
  • Redução do tempo entre a solicitação e a biópsia;
  • Fortalecimento do monitoramento dos casos;
  • Agilidade na transição entre diagnóstico e tratamento.

O governo também destinou R$ 77 milhões para adquirir mamógrafos digitais, beneficiando 62 instituições em 45 cidades mineiras. Atualmente, Minas conta com 32 hospitais habilitados como Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia, quatro Centros de Assistência e um hospital geral com cirurgia oncológica avançada.

Nós tratamos do câncer início ao fim e, além disso, nós estamos tentando desburocratizar cada etapa. Nós queremos que as mulheres tenham a autonomia de fazer, dentro do protocolo, a mamografia na hora que quiser, sem ter que ficar-se indo muito a postos de saúde, numa consulta médica, como é o direito das mulheres. E é um dever nosso garantir esse acesso. – Fábio Baccheretti

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