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Operação policial no Rio deixa 66 mortos em ação recorde no Alemão e Penha
Maior operação da história do estado mobilizou 2,5 mil agentes, resultou em 81 prisões, apreensão de 93 fuzis e morte do líder Belão. Moradores protestam contra alta letalidade.
29/10/2025 às 07:15por Redação Plox
29/10/2025 às 07:15
— por Redação Plox
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O balanço final da Operação Contenção, realizada na noite de terça-feira (28) pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro nos complexos do Alemão e da Penha, aponta pelo menos 66 mortos – número que representa a maior letalidade já registrada em operações policiais no estado. Segundo as autoridades, 81 pessoas foram presas, entre elas um dos líderes criminosos identificado como 'Belão'. Foram apreendidos ainda 93 fuzis, pistolas, granadas e mais de 500 quilos de entorpecentes.
O relatório final da operação realizada nesta terça-feira aponta para ao menos 66 óbitos
Foto: Agência Brasil
Durante a noite, seis corpos de moradores da comunidade chegaram ao Hospital Getúlio Vargas, na Penha, em uma kombi. Eles foram encontrados em uma área de mata no Alemão e ainda não estavam incluídos no total oficial de mortos. Caso se confirme que essas vítimas morreram durante o confronto, o número de mortos na ação policial pode subir ainda mais.
Movimentação intensa e protestos na Penha
Por sua proximidade com os complexos, o Hospital Getúlio Vargas concentrou todos os mortos e feridos da operação. Ainda à noite, moradores iniciaram um protesto diante da unidade de saúde, relatando que haveria outros corpos na mata. Diante da tensão, o policiamento foi reforçado na entrada principal do hospital para evitar distúrbios.
Operação mobilizou milhares de policiais e teve confronto intenso
A ação empregou 2,5 mil policiais civis e militares, além da participação do Ministério Público estadual. O principal objetivo foi cumprir mandados de prisão e conter a expansão territorial da facção criminosa Comando Vermelho.
O enfrentamento resultou na morte de quatro policiais – dois civis e dois integrantes do Bope, a tropa de elite da PM.
Balanço das autoridades sobre a operação
O secretário de Segurança Pública destacou a dimensão da operação. Segundo ele, a região envolvida soma cerca de 9 milhões de metros quadrados e abriga mais de 200 mil pessoas. A ação, disse, foi baseada em inteligência e planejamento, fatores considerados fundamentais para atingir resultados expressivos.
A ação foi fruto de inteligência e de um planejamento cuidadoso para garantir resultados efetivos. – Secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos
O secretário também ressaltou que a grande quantidade de confrontos demonstrou a precisão das informações utilizadas. Para ele, a reação violenta das facções revela uma tentativa de desviar o foco da polícia e manter o controle criminoso na região.
O coronel, secretário da Polícia Militar, salientou a dificuldade das equipes diante do alto poder de fogo dos suspeitos e a apreensão de quase 100 fuzis. Conforme informou, as armas representavam um risco não só para os policiais, mas também para a população local.
Ações em presídios e transferência de líderes
A Secretaria de Administração Penitenciária intensificou as vistorias em presídios que abrigam lideranças do Comando Vermelho. Foram apreendidos celulares e drogas, e monitorados 30 presos que violaram tornozeleiras eletrônicas. A Vara de Execuções Penais deve emitir mandados de prisão para esses casos.
Após receber um relatório de inteligência, o governo do estado solicitou ao governo federal dez vagas em presídios federais de segurança máxima para transferir lideranças criminosas envolvidas nas ações.
Investigação e impacto sobre comunidades
De acordo com as informações do governo fluminense, a operação foi resultado de mais de um ano de investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), abrangendo 26 comunidades dos complexos do Alemão e da Penha. Foram registrados diversos confrontos ao longo do dia, principalmente em áreas de mata, e dezenas de suspeitos que reagiram à ação policial morreram.
O episódio evidencia a escalada da violência e os desafios enfrentados pelas forças de segurança no enfrentamento ao crime organizado no Rio de Janeiro.
Ação de 2,5 mil agentes nos complexos do Alemão e da Penha resulta em dezenas de mortes e críticas a decisões do STF, renovando discussões sobre operações em comunidades
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