Em 2019, PT criticou Bolsonaro por dólar a R$ 4,26; em 2024, governo Lula enfrenta recorde histórico

Dólar ultrapassa os R$ 6 pela primeira vez na história do Plano Real, em meio a críticas à política econômica de Haddad.

Por Plox

29/11/2024 08h44 - Atualizado há 4 dias

No ano de 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o dólar atingiu a cotação de R$ 4,26, o que gerou fortes críticas do Partido dos Trabalhadores (PT). Na época, o site oficial do partido culpou a gestão do então presidente pela alta da moeda, afirmando que “os operadores do desgoverno Bolsonaro, que deveriam ter uma postura de estabilidade, estão levando o país a uma situação de total instabilidade”.

Gleisi Hoffmann, presidente do PT Foto: Paulo Pinto/Agência PT

Agora, sob o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Brasil enfrenta um novo marco histórico: o dólar atingiu a maior cotação já registrada desde o início do Plano Real, ultrapassando R$ 6 nesta quinta-feira (28).

Reação negativa do mercado

A alta histórica da moeda norte-americana foi impulsionada pela resposta do mercado aos anúncios do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. As medidas incluem um pacote de cortes de gastos e a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para salários de até R$ 5 mil, medidas vistas como insuficientes para manter o equilíbrio fiscal.

Na manhã de quinta-feira, o dólar atingiu R$ 6, mas apresentou leve recuo, sendo cotado a R$ 5,98 por volta das 11h45. Especialistas destacam que a isenção ampliada do IR, mesmo acompanhada de medidas de contenção de despesas, pode comprometer o arcabouço fiscal.

De acordo com a consultoria Warren Investimentos, o custo da proposta de aumento da faixa de isenção será de aproximadamente R$ 45,8 bilhões. A consultoria Tendências aponta que, caso a proposta seja implementada, apenas 15% da população brasileira continuaria contribuindo com o imposto.

Cenário fiscal e críticas

As críticas se concentram na fragilidade das propostas. Especialistas classificam as medidas como "populistas" e indicam que a dificuldade de manter o equilíbrio fiscal aumenta a desconfiança dos investidores, pressionando ainda mais a cotação do dólar.

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