Foguete nacional leva cartas de estudantes ao espaço em lançamento histórico no RN
Lançamento do VS30 no RN marca avanço tecnológico e inspira novas gerações com mensagens estudantis.
Por Plox
29/11/2024 14h59 - Atualizado há 8 dias
A Força Aérea Brasileira (FAB) alcançou mais um marco nesta sexta-feira (29), ao lançar com sucesso o foguete de sondagem VS30 V15 em Parnamirim, Rio Grande do Norte. Este foguete, 100% desenvolvido e fabricado no Brasil, faz parte da Operação Potiguar, um projeto que visa fortalecer a autonomia nacional em lançamentos espaciais.
Sem tripulação, o VS30 V15 carregou mil cartas escritas por estudantes da rede pública. Estas mensagens, que expressam os desejos e aspirações das novas gerações, foram descritas pela FAB como uma forma de “eternizar os sonhos” e despertar o fascínio pelo espaço nos jovens brasileiros. Após a viagem suborbital, as cartas retornarão à Terra, com destino final no Oceano Atlântico.
Detalhes técnicos do VS30
Desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o foguete VS30 é um modelo monoestágio, lançado por trilho e equipado com quase uma tonelada de combustível sólido. Sua estrutura inclui a Plataforma Suborbital de Microgravidade (PSM), permitindo alcançar altitudes de 120 km a 160 km e velocidades de até 6 mil km/h.
Segundo o Tenente-Coronel Engenheiro Fernando César Monteiro Tavares, coordenador da operação, o VS30 é ideal para missões de microgravidade e suporta cargas úteis entre 260 kg e 330 kg. "Esses foguetes são utilizados para experimentos científicos e tecnológicos voltados às indústrias de fármacos, metalurgia, semicondutores, alimentos e muitas outras”, explicou o militar.
Operação Potiguar e os próximos passos
O lançamento também integra o treinamento de militares no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), no RN. A segunda fase da Operação Potiguar está programada para o segundo semestre de 2025, reafirmando o compromisso do Brasil em expandir suas capacidades espaciais.
Diferenças entre foguetes orbitais e suborbitais
O VS30 é classificado como suborbital, ou seja, não atinge velocidade suficiente para permanecer em órbita ao redor da Terra. Este tipo de foguete, além de ser mais econômico (custando cerca de 40% de uma operação orbital), proporciona um ambiente livre de influências atmosféricas como gravidade e oxigênio, favorecendo experimentos científicos essenciais para o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias.
Com estas características, o Brasil dá um passo importante para fortalecer sua posição na indústria aeroespacial global, enquanto inspira as próximas gerações a sonharem ainda mais alto.