Minas Gerais diagnostica cerca de 140 crianças com doença falciforme anualmente

Diagnóstico precoce e atendimento integral são essenciais para melhorar qualidade de vida e longevidade

Por Plox

29/11/2024 14h47 - Atualizado há 8 dias

Cerca de 140 crianças são diagnosticadas com doença falciforme todos os anos em Minas Gerais, segundo dados do Programa de Triagem Neonatal (PTN). A condição, de origem genética e hereditária, afeta predominantemente a população negra e apresenta sintomas variados, que incluem fadiga intensa, dores musculares e articulares, infecções frequentes e complicações graves como acidente vascular cerebral (AVC). O diagnóstico e o tratamento são realizados exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

 

Ações para ampliar a conscientização
Em novembro, o foco é mobilizar profissionais de saúde para atender demandas específicas da população negra, como destaca Rosa Maria dos Santos, referência técnica na Coordenação de Saúde Indígena e Políticas de Promoção da Equidade em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). Segundo Rosa Maria, “é importante divulgar o conhecimento e a compreensão do público sobre a doença”.

Rosa Maria dos Santos, referência técnica na Coordenação de Saúde Indígena e Políticas de Promoção da Equidade em Saúde da SES-MG.                                                               Foto: Rafael Mendes / SES-MG

 

Além disso, a SES-MG está desenvolvendo uma nota orientadora para qualificar a rede assistencial, visando garantir acompanhamento eficaz e contínuo para os pacientes.

 

Foto: Divulgação/SES-RS

 

Doença falciforme: diagnóstico e sintomas
A condição, que altera as hemácias do sangue, pode ser identificada no período neonatal por meio do Teste do Pezinho, realizado entre o terceiro e quinto dia de vida do bebê. Para adultos que não foram diagnosticados na infância, o exame indicado é o de eletroforese de hemoglobina.

 

Os sintomas mais comuns incluem:

Artralgia e mialgia;
Palidez e icterícia;
Retardo no crescimento;
Tendência a infecções;
Úlceras nas pernas e cálculos biliares;
Complicações neurológicas, cardiovasculares, pulmonares e renais.
Sem tratamento adequado, as complicações incluem anemia crônica, crises dolorosas, infecções graves, inflamações e até infartos pulmonares.

 

Tratamento especializado e rede de atenção
O acompanhamento dos pacientes é realizado em uma abordagem integral desde a infância, com o suporte de equipes multidisciplinares capacitadas. O tratamento abrange desde a Atenção Primária à Saúde (APS) até serviços hospitalares especializados.

Em Minas Gerais, a Fundação Hemominas é referência no tratamento de hemoglobinopatias, incluindo a doença falciforme. Com 8 mil pacientes cadastrados, as 11 unidades ambulatoriais especializadas no estado atendem a maior parte dos casos. Estas unidades estão localizadas em cidades como Belo Horizonte, Juiz de Fora, Montes Claros e Uberlândia, entre outras.

 

Qualificação dos profissionais de saúde
Rosa Maria destaca que é fundamental que os profissionais de saúde estejam preparados para identificar e tratar as crises agudas da doença. “É necessário qualificar os profissionais de todos os níveis de atenção sobre a importância de ações de promoção da saúde e prevenção de agravos, assim como a identificação dos sintomas e crises agudas dos pacientes que chegam nas unidades de saúde”, enfatiza.

Por meio dessas ações, o objetivo é melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas pela doença falciforme e assegurar que tenham acesso ao cuidado necessário ao longo de suas vidas.

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