As duas funcionárias do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ) mortas a tiros na tarde desta sexta-feira (28) tinham trajetórias marcantes na educação e na psicologia. A coordenadora e pesquisadora Allane de Souza Pedrotti Matos e a psicóloga Layse Costa Pinheiro foram baleadas dentro da unidade do Maracanã, na zona norte do Rio.

Elas chegaram a ser levadas ao Hospital Municipal Souza Aguiar, mas não resistiram aos ferimentos. O autor dos disparos, também servidor da instituição, tirou a própria vida em seguida.

A Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada e investiga as mortes. Segundo o órgão, diligências estão em andamento para esclarecer o caso.

Trajetória acadêmica e atuação de Allane

Allane de Souza Pedrotti Matos, diretora de ensino e pesquisadora, tinha carreira consolidada na área acadêmica. Doutora em Letras pela PUC-RJ, com pesquisa em Linguística Aplicada, ela também realizou parte de seus estudos na Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, onde lecionou como professora convidada.

Formada em Pedagogia pela UFRJ e especialista em Psicomotricidade, Allane acumulava experiência em diferentes comissões e coordenações ligadas ao Ensino Profissional Técnico de Nível Médio (EPTNM).

Além da atuação na educação, Allane era cantora e pandeirista. O Renascença Clube, onde se apresentava, lamentou a morte e ressaltou o impacto de sua presença na instituição.

Atuação de Layse no Cefet e na psicologia

Psicóloga do centro de ensino, Layse Costa Pinheiro também tinha forte atuação no Cefet e na área acadêmica. Servidora federal desde 2014, ela foi aprovada em primeiro lugar no concurso para o cargo de psicóloga.

Entre 2014 e 2017, trabalhou na gestão de pessoas e, a partir de 2017, passou a atuar na Psicologia Escolar. Formada pela UERJ, tinha especialização em Gestão de Pessoas e iniciou mestrado em Psicologia Social, interrompido em 2017. Layse também ministrava aulas no curso de extensão “Psicologia das Organizações”, vinculado ao Centro de Produção da UERJ.

Em suas redes sociais, Layse se apresentava como psicóloga feminista, antirracista e comprometida com a defesa de minorias. Também relatava ser apaixonada por música e dança de salão, aspectos que ajudavam a compor sua identidade pessoal e profissional.